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Hoje o post do Buzz não é para falar de celebridades, cultura pop ou pedaço de meu bem. É uma resposta (um pensamento blasé) para centenas e milhares de amigos e leitores que me perguntaram o que eu acho da publicação do texto Perversão da Adoção, pelo colunista Carlos Ramalhete, na Gazeta do Povo, de quinta-feira (30).

Fiquei em choque e ofendido pelo artigo. Não apenas por ser gay, jornalista e trabalhar como editor no Guia Gazeta do Povo, mas por acreditar que são estes tipos de atitudes, textos, palavras e posicionamentos que maltratam e diminuem milhares de pessoas, brasileiros, curitibanos… Não sabemos os efeitos que isso pode causar, mas a história explica. Estou triste e envergonhado.

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Sei que o meu blog tem o jeito leve e divertido (e conheço o público MARA que me lê), por isso peço licença para tal assunto. Sinto-me no direito de uma posição, afinal muitos me questionaram e eu ainda acredito no local que trabalho e naqueles que sentam ao meu lado.

Um texto que promove intolerância, preconceito e problemas em uma sociedade que precisa de amor não merece citação. Pelas redes sociais, e-mails (recebi milhares), petições online, etc, o povo criticou e levantou um ideal que está mais do que claro: buscamos igualdade. E é nosso dever promover respeito ao cidadão, contribuir para o desenvolvimento, ser moderno, inovador e ter coragem.

Com esse ato, o que mais me deixou feliz foi ver a reação de quem trabalha aqui (para quem interessar possa: nunca vi Ramalhete pelos nossos corredores). Não consegui falar com os mais de 200 jornalistas que trabalham na redação diariamente, mas garanto que 99,9% reprovam as palavras no artigo.

Como pontuou meu colega de profissão Rogério Galindo em seu blog Caixa Zero, daqui a pouco a adoção por casais do mesmo sexo será tão simples quanto um casamento no civil. Que há algumas décadas era considerado uma “heresia”. Parece até piada.

Nesta sexta-feira (31), a Gazeta do Povo publicou A Rejeição ao Diferente, opinião do jornalista e empresário Flávio St. Jayme. Nela, ele fala o que a cartilha do bom senso imprime: “É impressionante como, em um mundo onde cada vez mais se luta por direitos iguais, uma pessoa tenha coragem de vir a público, em forma de artigo em jornal, soltar tamanho disparate”. Isso que o texto de Ramalhete é pueril. O que é a explicação de “Kristiany, com ‘k’ no começo e ‘y’ no fim”? Esse é o argumento? Really?

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Para reforçar, definir a “família” como Ramalhete definiu é antigo. Ofendeu homens e mulheres, héteros e homossexuais. Até as freiras somewhere over the rainbow. Família é amor. E como diria Rihanna, we found love in a hopeless place.

That’s all!

xoxo