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A Purgação de Guararema

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Ao que tudo indica, a reação da elite policial Paulista aos ataques a banco em Guararema, na semana passada, foi irretocável. Havendo, portanto, pouco o que se falar sobre o ato em si, proponho uma reflexão aproveitando o ensejo:

Narrativa política

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O “encarceramento em massa” não passa de uma narrativa política da Esquerda, que desde antes de Herbert Marcuse enxerga o criminoso como agente revolucionário, vítima social ou ambos. Recomendo o artigo, “O mito do encarceramento em massa” no Estadão, do promotor dr. Bruno Amorim Carpes, que desconstrói essa falácia em poucas linhas.

Portão de cadeia virou porta giratória

Na verdade, o Brasil sequer elucida seus delitos. Até os crimes mais graves, os homicídios, têm taxa de solução inferior a 10%. Há Estados em que apenas 5% dos assassinatos tem autor determinado – é o equivalente estatístico a uma licença para matar 20 pessoas antes de ser identificado e capturado (com a atenuante de “réu primário”, já que a reincidência se verifica após a primeira condenação transitada em julgado e não pela reiteração criminosa).

A reportagem “Mandados não cumpridos superam vagas de prisões em 18 estados do país, publicada pela Folha de S. Paulo (20/4/18), demonstra que se todas as detenções pendentes fossem concretizadas, o Brasil teria mais de 1,1 milhão de presos. Trata-se da soma dos 656 mil detidos nos regimes aberto, semiaberto e fechado, com os mandados de prisão não cumpridos – que, se executados, acrescentariam outros 448 mil criminosos aos cárceres.

No Brasil dos crimes não solucionados, dos mandados de prisão em aberto, da progressão de regime, das saídas temporárias e dos indultos, portão de cadeia virou porta giratória. Aqui, quem vai para a cadeia é a seleção brasileira do crime.

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Mudança de ventos

A novidade é o endosso das autoridades políticas ao exercício dos deveres legais das autoridades policiais. Os direitos da Corporação, especialmente de legítima defesa e segurança jurídica, entraram na agenda pública, com amplo apoio popular.

Como efeito prático, a tal “seleção brasileira do crime” passa a aventar uma outra possibilidade remota, além da prisão: o cemitério – questão de escolha pessoal e do risco inerente à atividade ilegal. E convenhamos: criminosos profissionais armados até os dentes não hesitariam em nos mandar para cova se atrapalhássemos seu ofício.

Reflexão

Chegamos à reflexão final que proponho ao leitor: por qual valor você aceitaria enfrentar uma quadrilha urbana como aquela que aterrorizou Guararema? Por quanto dinheiro arriscaria a sua vida e o bem-estar da sua família para combater as formas mais organizadas e perigosas do crime?

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A resposta a esta questão é fundamental para que se atribua à força policial o respeito e a admiração que ela merece (e sempre mereceu).

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