![Paulo Guedes, o Alzheimer do PT e a turma tomando conta Paulo Guedes, o Alzheimer do PT e a turma tomando conta](https://media.gazetadopovo.com.br/2022/03/15115332/paulo-guedes-e51630a8-960x540.jpg)
O Ministro da Economia e provável indicado ao prêmio Nobel de Paciência, Paulo Guedes, compareceu à Comissão Especial da Câmara para discussão da Reforma da Previdência. “Tigrão” escaldado, o economista enfrentou a sabatina da oposição (ao Brasil) com altivez e acidez. Destaque para duas falas do Chicago Boy:
Alzheimer petista
“Quem fica 16 anos no Poder não tem o direito de virar agora, com quatro ou cinco meses, e dizer que há milhões de desempregados, falta de crescimento”
Edmund Burke, pai do conservadorismo, pontificou: “aqueles que não conhecem a História, estão destinados a repeti-la”. A esquerda brasileira não desconhece a história, apenas a rejeita. Como uma cartomante simulando Alzheimer, sabe tudo sobre o Brasil dos próximos anos, mas finge esquecer o que se passou na última década e meia. Petistas (e seus satélites) criticam situações pelas quais são em grande parte responsáveis, como a recessão econômica e seus efeitos devastadores na vida do cidadão – haja hipocrisia.
Tomando conta
“O funcionalismo público não é culpado, mas também não é inocente. A função deles é tomar conta das coisas públicas. Como teve desvio, roubalheira? Cadê a turma que tinha que tomar conta disso?”
Justamente por seu fundo de verdade, a fala de Paulo Guedes incomodou. Parte da solução para o “desvio e roubalheira” está parada nas furnas da Câmara Federal. Por obra do presidente da casa, deputado Rodrigo Maia, o pacote anticrime do Ministro Sérgio Moro está tomando um chá-de-gabinete. Entre vários avanços na legislação penal, a proposta prevê a recompensa ao “whistleblower” (“bom informante”). Funcionários públicos poderão reportar casos de corrupção de forma anônima e obter até 5% do valor recuperado a partir da sua denúncia – um incentivo econômico para que o bom servidor delate seus chefes, subordinados ou pares ladrões do erário.
Sobre a elite do funcionalismo, ela tomou conta sim das “coisas públicas”. Só que de forma corporativista, por ação sindical ou política. Num país em que aproximadamente 12% da força de trabalho atua no serviço público, tínhamos na legislatura passada mais de 25% da Câmara Federal (132 deputados) composta por servidores. Um total de 304 deputados (59% dos parlamentares) apresentaram requerimentos ou propostas para privilegiar ainda mais essas categorias, que são representadas por 267 associações e sindicatos – isso apenas em âmbito federal.
Bancadas BBB
Em sua cobertura enviesada do Congresso Nacional, a grande imprensa não economiza críticas às “bancadas BBB”: bala, boi e Bíblia. Estranhamente, a bancada dos servidores costuma ser poupada. Ocorre que o problema do Brasil não é a legítima defesa, nem o agronegócio, e muito menos os evangélicos. O problema do Brasil são os privilégios, a ineficiência e a corrupção.
O servidor público é um cidadão politicamente hiper-representado e juridicamente beneficiado. Tem remuneração média 69% acima do valor de mercado, estabilidade no emprego, direito à aposentadoria precoce e (muitas vezes) integral. E se compararmos o cidadão comum com a elite do funcionalismo público, o contraste se acentua a ponto de configurar flagrante injustiça.
Então, se a dúvida de Paulo Guedes não for meramente retórica e ele quiser mesmo saber Cadê a turma que tinha que tomar conta disso?, eu respondo: estava tomando conta.
Apoie a coluna de Caio Coppolla assinando a Gazeta do Povo (promoção).
-
Novo embate entre Musk e Moraes expõe caso de censura sobre a esquerda
-
Biden da Silva ofende Bolsonaro, opositores e antecipa eleições de 2026; acompanhe o Sem Rodeios
-
Qual o impacto da descriminalização da maconha para os municípios
-
Qual seria o melhor adversário democrata para concorrer com Donald Trump? Participe da enquete
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião