Bill Gates volta e meia fala sobre seu sonho de colocar um PC na escrivaninha de cada pessoa ao redor do planeta. Pois é, a Microsoft parece que agora quer transformar o PC na própria escrivaninha… Brincadeiras à parte, a gigante de Seattle mostrou hoje um aparelho batizado de Surface – um computador em forma de mesa de café.
O Surface (superfície, em inglês) não vem com teclado, mouse nem joystick. Todos os controles são feitos por meio da tela sensível ao toque e que, de acordo com a Microsoft, será resistente a líquidos. Dentro dele, como era de se esperar, está o Windows Vista.
O anúncio do produto veio junto de uma teoria. De acordo com a profecia, o Surface estaria apresentando um novo tipo de computação, uma tal de surface computing, em que as pessoas poderão interagir com o equipamento por meio de gestos e com a manutenção de objetos reais. Bastará, por exemplo, colocar uma câmera com wi-fi ou bluetooth sobre a tela do Surface para que ele reconheça automaticamente o acessório e faça o download de fotos e vídeos. As imagens digitais, por sua vez, poderão ser “manipuladas” como se fossem reais.
É esperar para ver, e ver para crer. O bacana da história toda é que o Surface será oferecido inicialmente a bares, hotéis, cassinos, lojas e restaurantes. Nesses lugares, os clientes poderão fazer pedidos ao garçom, jogar games, obter informações sobre hospedagem, baixar músicas e navegar na internet, tudo a partir do equipamento. Aliás, a fabricante esclerece que várias pessoas podem usar o Surface simultaneamente
O aparelho tem tela tem 30 polegadas e altura de 60 centímetros. Não se sabe ainda que hardware estará embarcado nele, apenas que leitores de códigos de barras e RFID estão previstos – o que facilitará a “conversa” do Surface com cartões de visita, folders, cartões de crédito e chaves de quarto de hotel, por exemplo. O aparelho será lançado em outubro e custará entre US$ 5 mil e US$ 10 mil. Steve Ballmer, CEO da Microsoft, acredita que o preço poderá despencar a ponto de o aparelho poder ser oferecido para usuários domésticos.
Qualquer gadget “revolucionário” da Microsoft deve ser encarado com uma boa dose de ceticismo. Apesar de seu domínio no terreno do software e do sistema operacional, a companhia teve fracassos sucessivos ao se aventurar no terreno do hardware — basta lembrar do Portable Media Center. O Xbox é uma exceção e o MP3 player Zune ainda é muito novo (mas suas vendas têm caminhado em marcha lenta).