O iPhone está para o mundo da tecnologia assim como a pracinha do Batel esteve para o noticiário curitibano nas últimas semanas. E eu, por mais que tente, não consigo me livrar do assunto!

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Dizem pela web afora que o lançamento da Apple – marcado para as 18 horas da próxima sexta-feira (29) – foi minuciosamente calculado para… criar filas. Isso mesmo. Ao fim de uma semana de trabalho e fora do horário comercial, será mais fácil para a empresa agregar todo tipo de público que deseja seu novo celular.

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Como o colega Luigi Poniwass já demonstrou em seu blog, filas são uma estranha ferramenta de marketing. Uma multidão à espera do iPhone pode render boas fotos, gerar (mais) interesse pelo aparelhinho e até induzir a situações inusitadas (alguém aí já pensou em malucos que irão dormir em frente a uma loja da operadora AT&T?).

E depois reclamam quando eu chamo Steve Jobs de marqueteiro… O adjetivo, meus caros, tem um viés positivo. O todo-poderoso da Apple sabe vender produtos de valor agregado como ninguém no mundo da tecnologia. A ansiedade pré-iPhone, somada ao horário inusitado de sua estréia, tende a gerar tudo aquilo que os especialistas em comunicação empresarial costumam chamar de “mídia espontânea”.

A habilidade de Jobs como empresário, entretanto, será colocada a toda prova na seqüência. Uma excelente matéria da Bloomberg.com mostra que a Apple está tendo de suportar uma expectativa estupidamente alta do mercado e dos investidores. A euforia criada pelo iPhone está fazendo com que as ações da empresa se valorizem dia a dia – uma alta de 43% desde a apresentação do celular, em janeiro, fez com que a empresa ultrapassasse os US$ 100 bilhões em valor de mercado.

A própria “grife da maçã” está, portanto, sendo culpada e vítima de especulação. Ao anunciar que pretende vender 10 milhões de iPhones em um único ano, a Apple lançou a expectativa dos investidores nas alturas. O volume, além de representar 1% do mercado mundial de celulares, só foi atingido pelo iPod, produto de maior sucesso da empresa, três anos após seu lançamento.

Mas é bom lembrar que existe uma saída triunfal para esse beco em que a Apple se meteu. Se atingir sua própria meta, Steve Jobs terá entrado pela porta da frente do setor da telefonia móvel, uma indústria que movimenta quatro vezes mais dinheiro que a de computadores pessoais. Além disso, terá confirmado seu status de gênio empresarial do Vale do Silício.

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