Por que enredos de jogos eletrônicos ficam tão ruins quando adaptados para o cinema? Paulo Camargo, editor do Caderno G e blogueiro no Central de Cinema, talvez possa responder a essa pergunta com mais propriedade e, por isso, me limito a constatar: produções de Hollywood baseadas em games são, invariavelmente, péssimas.
Duvidam? Aí vai uma breve lista: Double Dragon, Super Mario Bros., Lara Croft – Tomb Raider, Alone in the Dark – O Despertar do Mal, Doom – A Porta do Inferno, Wing Commander – A Batalha Final, Resident Evil – O Hóspede Maldito, Street Fighter – A Última Batalha, Mortal Kombat – O Filme. Aqui, poderíamos até abrir uma segunda discussão, sobre as razões que levam distribuidoras nacionais a acrescentar aos títulos originais subtítulos tão embaraçosos. Talvez seja uma prestação de serviço para afugentar espectadores do lixo audiovisual… Mas voltemos ao tema central.
A indústria do video game já é mais ou menos do tamanho da indústria do cinema. Nos Estados Unidos, ela já deixou para trás o faturamento com bilheteria dos estúdios. Com a receita perto dos US$ 10 bilhões de dólares ao ano, as desenvolvedoras de jogos aproveitam para se aprimorar – e lançam títulos cada vez mais inteligentes, mais complexos, mais interessantes e, claro, divertidos.
Em resumo, existem boas histórias escondidas no avançar de fases de um jogo, mas os roteiristas de cinema ainda não as encontraram.
Tudo bem, tudo bem. Fazer um filme baseado em Doom (game genial, mas com enredo sem pé nem cabeça) é forçar a barra. Mas Alone in the Dark poderia ser um thriller bacana e Tomb Raider, com um pouquinho de força, seria um Indiana Jones feminino, não?
Só sei que Raul Julia, grande ator falecido em 1994, não deve encontrar paz na eternidade após encerrar sua carreira como o cruel Bison no terrível Street Fighter.
Futuro
Existem filmes baseados em games ainda na fase de produção e que serão lançados entre 2008 e 2010. Prince of Persia é um deles. O jogo é um clássico desde o fim dos anos 80 e sua historinha (um príncipe tenta resgatar o trono da Pérsia das mãos de um sultão usurpador) é básica, mas boa. Meu interesse pelo filme quase foi pelo ralo quando descobri que o diretor é Michael Bay, que “cometeu” Pearl Harbor e Armageddon, entre outras atrocidades cinematográficas. Quem sabe Castlevania, Max Payne ou Halo possam quebrar a maldição. Mas não é bom alimentar muitas esperanças.