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Os 10 erros do projeto dos médicos cubanos

Agência Brasil - ABr - Empresa Brasil de Comunicação - EBC

O governo Dilma está conseguindo transformar em uma estrondosa derrota aquela que devia ser sua batalha mais fácil. Pouco tempo atrás, era difícil achar alguém que tivesse simpatia pela causa do corporativismo médico. Eles ganham bem, conseguiram durante décadas barrar a formação de maior número de profissionais, têm emprego sobrando etc.

Há falta de médicos no interior do país, e mesmo na capital é um sofrimento tremendo conseguir consultas no SUS em certas áreas. Bastava ao governo agir de maneira mais ou menos ponderada e poderia marcar um golaço. Mas trocou os pés pelas mãos e agora perdeu boa parte do apoio com a insistência na contratação de 4 mil cubanos. Pior, anunciou um contrato via governo de Cuba que se transformou em um escândalo absolutamente desnecessário.

Como já tem se falado bastante no caso, vai aqui uma breve listinha de problemas (pequenos, vê-se), que a monstruosidade diplomática-gerencial do governo conseguiu produzir:

1- Patrocínio a ditadura: O governo cubano é ditatorial. E é ao governo que o Brasil irá pagar o “salário” dos médicos que vierem para cá. O Brasil pagará R$ 10 mil por cabeça, mas sabe-se lá quanto disso chegará aos profissionais. O resto servirá para patrocinar a permanência dos heróis da revolução no poder.

2- Ideologia: Com a trapalhada que armou, o governo brasileiro só vai dar motivo para que se diga que está se aproximando da esquerda mais atrasada do continente. Não dá para dizer que é a mais atrasada do mundo porque a Coreia do Norte está aí para desmentir a frase.

3- Jurídico: Há uma afronta à própria Constituição brasileira, que não tem qualquer previsão da contratação de um governo estrangeiro como se fosse uma empresa terceirizada. Além disso, rompe-se com o princípio da isonomia. Os médicos brasileiros ganharão mais do que os cubanos. Milhares de médicos serão bem pagos para trabalhar no Brasil. Nenhum deles é cubano.

4- Humanitário: Os médicos que virão para cá não poderão trazer famílias, não poderão se casar aqui, não poderão sair do país sem permissão. Serão servos da gleba em pleno século 21.

5- Diplomacia: E se um cubano pedir asilo político aqui? Será tratado como os boxeadores que o Brasil prendeu enquanto tentavam fugir de uma ditadura? Lógico que Cuba deverá mandar só gente com família lá, transformando-os em reféns que precisam voltar. Mas, mesmo assim: corre-se o risco.

6- Incompetência passada: O governo pode alegar que demoraria demais criar novos cursos e esperar que o pessoal se form. Por isso a necessidade de trazer gente emergencialmente. Ótimo. Mas o PT não está há dez anos no poder? Já podia ter formado cinco turmas de médico em qualquer faculdade fundada em 2003, após a vitória de Lula.

7- Incompetência presente: Tem de haver uma solução melhor para o problema mesmo agora. Se o governo não achou, problema dele.

8- Atendimento: Os médicos não falam português e não terão intérprete. Trabalharão nas áreas mais carentes do país, onde dificilmente alguém falará espanhol. Que beleza!

9- Revalida: Os médicos cubanos não passarão por nenhuma validação de seus diplomas e podem não ter a mesma competência dos formados aqui. Tratamento de segunda mão para os mais pobres?

10- Sindical: Os cubanos não têm diploma brasileiro, são pagos pelo governo cubano e virarão uma categoria à parte. Terão direito a se sindicalizar? Se quiserem algo do governo cubano (um aumento no porcentual do repasse dos R$ 10 mil, por exemplo), que lado o governo brasileiro tomará?

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