Sempre que foi confrontado, até aqui, com o caso da sogra fantasma, o governador Beto Richa (PSDB) tem a mesma saída: diz que Ezequias Moreira, seu chefe de gabinete, empregava a sogra não no gabinete dele da Assembleia, mas na Administração do Legislativo. Ou seja: Richa, como deputado, podia cuidar apenas de seu quintal, e não do que o seu funcionário fazia fora de lá.
Dessa vez, porém, a coisa ficou um pouco mais complicada para o governador. O Ministério Público, segundo informa reportagem de Guilherme Voitch na Gazeta do Povo desta sexta-feira, abriu investigação para apurar indícios de que havia funcionários fantasmas dentro do próprio gabinete de Richa. Aquilo que ele sempre negou.
Claro que não há nada definitivo por enquanto. Trata-se apenas de uma investigação. Mas certamente dará munição para que os adversários questionem a conduta de Richa e de seus aliados nesta reta final de primeiro turno. O governador, de fato, teria de se explicar neste caso, já que, segundo o MP, as investigações dessa vez são do lado de dentro do gabinete.
Por outro lado, a assessoria do governador levanta um ponto importante na mesma matéria da Gazeta. Por que só agora os fatos vêm à tona, faltando menos de 20 dias para uma eleição importante? As investigações vêm desde 2007, e parece no mínimo curioso o momento em que os promotores decidiram dar visibilidade ao caso.
Isso não é o mais importante. O mais importante é analisar se houve ou não crime. Mas sabe-se como é o mundo político. E, se segundo o MP há indícios de desvios de conduta no gabinete do ex-deputado, também fica no ar um indício de aproveitamento político da investigação.
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