Donald Trump assustou o mundo com sua vitória. E não é sem motivo. Nesses longos meses de campanha, ele falou coisas perigosas o suficiente para deixar os americanos e as pessoas de todo o mundo preocupadas. Veja quais são algumas das possíveis consequências ruins da chegada dele ao poder.
Falta de freio a Putin
Trump e Vladimir Putin brincaram de melhores amigos durante a campanha. Putin elogiou Trump e recebeu na mesma moeda. Hillary chegou a dizer que Putin estava influenciando a eleição, hackeando e-mails dos democratas. Agora, com Trump eleito, é bem possível que os dois se aproximem.
Por um lado, isso alivia tensões. Nos últimos anos, principalmente em função da política agressiva de Putin, que já invadiu a Crimeia e avança sobre a Ucrânia, a Otan se posicionou de maneira mais ofensiva, com tropas e arregimentando mais países do Leste europeu. Criou-se com isso uma paranoia na Rússia, que envolveu inclusive simulações de ataques e treinamento da população. Isso tende a ser um problema menor agora.
Mas Putin com maior liberdade significa o risco de novas invasões, principalmente na Ucrânia e em outros países da antiga União Soviética. Também pode ser uma porta aberta para tiranos apoiados por Putin, como Bashar el Assad, que tem apoio de Putin para se manter no poder, às custas de milhares de mortes de opositores. Outro líder amigo de Putin que pode se beneficiar é Kim Jong-Un, da Coreia do Norte.
Tensão com muçulmanos
Embora no discurso de vitória Truimp tenha feito questão de dizer que sua coalizão é feita por pessoas de todos os credos. Mas na sua campanha fez declarações duras sobre muçulmanos, especialmente num discurso em que falou em proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos – o que, obviamente, causou espanto e receios.
Em anos recentes, os Estados Unidos sempre foram vistos por fundamentalistas islâmicos como uma potência maligna. O Grande Satã, como o aiatolá Khomeini dizia. Não foi à toa a escolha dos alvos da Al Qaeda. Agora, jovens inspirados pelo Estado Islâmico são a preocupação.
Trump, ao confundir muçulmanos em geral com terroristas só aumenta as tensões – além de criar uma situação antidemocrática e preconceituosa.
Perseguição a migrantes ilegais
Os latinos foram outro alvo de Trump, principalmente os mexicanos. A história do muro prometido por ele na fronteira sul é o exemplo mais grotesco – ele diz, inclusive, que o México terá de pagar pelo muro, para evitar mais migrantes ilegais entrando nos EUA.
Mas a perseguição do novo governo tende a ser como imigrantes ilegais em geral, mesmo os que já estão no país há anos. Os governos anteriores têm sido complacentes com essa situação, mas Trump promete jogar pesado também aqui.
Problemas para as minorias
O discurso de Trump na campanha foi feito sob medida para agradar aos americanos tradicionais, brancos, protestantes e anglo-saxões. As minorias em geral parecem não ser muito bem vistas. Mesmo a minoria “majoritária” que são as mulheres receberam comentários infelizes de Trump.
No geral, Trump representa um retrocesso na política de inclusão que vem sendo feita pelos seus antecessores. Por exemplo, ele apoia a polêmica política do “stop and frisk”, uma espécie de “parada para averiguação” feita aleatoriamente nas ruas das grandes cidades pela polícia – e acusada de ser preconceituosa, já que a cor da pele influencia quem é ou não parado.
Meio ambiente
Uma preocupação de médio e longo prazo é com o meio ambiente. Trump desdenha do aquecimento global, que diz ser coisa dos chineses para barrar a indústria e a economia americanas. No governo Obama, os Estados Unidos deram passos relevantes para diminuir os danos ao planeta, principalmente com o acordo de Paris.
Trump pode pôr tudo isso a perder, inclusive com a volta à aposta em combustíveis fósseis e menor investimento em tecnologias alternativas que possam substituir gradativamente o petróleo na economia.
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