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A reportagem da Gazeta do Povo hoje mostrando o funcionamento da Bolsa de Licitações e Leilões mostra até onde vão a influência e o poder dos deputados envolvidos nos escândalos da Assembleia.

Resumo da história: dois filhos de Justus e um irmão de Alexandre Curi tinham uma empresa especializada em fazer pregões eletrônicos. Ofereciam o serviço para prefeituras. E eram donos também de uma corretora que atuava exatamente neste tipo de pregão.

O grupo conseguiu que várias prefeituras no Paraná usassem o sistema. E a custos altos. Numa só operação, foram pagos à BLL R$ 100 mil. Outros sistemas do mesmo tipo podem ser usados de graça.

Veja trecho da reportagem:

O Cidade Compras, mantido pela Confe­­deração Nacional dos Municípios, e a plataforma da Caixa não cobram taxa alguma. O Comprasnet, para aquisições do governo federal, e o E-com­­pras, da prefeitura de Curitiba, também não. O sistema do Banco do Brasil, o mais usado no país, cobra R$ 279 de taxa anual única de empresas que queiram vender pelo sistema.

Mas fica pior: a Pregnet, corretora operada pelo mesmo grupo, dava lances nos leilões organizados pela BLL. Ou seja: eles organizavam o pregão e participavam dele ao mesmo tempo.

É como se o leiloeiro, antes de definir o vencedor e bater o martelo, pudesse dar um lance ele próprio.

O esquema levanta várias dúvidas importantes. A principal delas é: por que as prefeituras, inclusive de grandes cidades, como Ponta Grossa, Guarapuava e Cascavel, contratavam um serviço tão caro?

A resposta parece óbvia, mas só uma investigação do Ministério Público poderá dar a resposta definitiva.

De qualquer modo, o esquema mostra mais uma vez, claramente, que os postos na Mesa Diretora da Assembleia davam grande poder a Justus e Curi – e a suas famílias.

É esse tipo de influência sobre decisões políticas (e econômicas) que não pode se perpetuar. E é por isso que participar da mobilização do próximo dia 8, na Boca Maldita, é um imperativo.

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