Protesto dos professores. Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo.| Foto:
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O governador Beto Richa sempre se orgulhou de ser um homem “de diálogo”. Nesta semana, seu governo disse que “quer manter o diálogo aberto com os professores, desde que haja reciprocidade dos representantes do magistério”. No momento me que essa nota foi divulgada, professores ocupavam a sede da Secretaria de Educação justamente pela falta de diálogo do governo.

O governo paranaense decidiu que irá reduzir a hora atividade dos professores. Decidiu que quem ficou doente tem menos chances de pegar aulas. Mudou os critérios de distribuição de aulas. Tomou decisões que podem dimi9nuir em sete mil pessoas as contratações da Secretaria de Educação neste ano. Tudo isso sem uma reunião com os representantes dos professores.

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Agora, Beto e seu chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, falam em diálogo. Mas dizem desde já que não há chance de recuar das medidas. Difícil entender que diálogo é esse em que a parte que insiste estar disposta à conversa diz desde o começo que não vai recuar – isso depois de tomar todas as decisões sozinha.

Rossoni diz que não há recuo porque houve conversas entre todos os seis secretários de Estado envolvidos. Até onde se saiba, todos os secretários estão do mesmo lado. Os sindicatos é que estão do outro. Não vale você combinar só com os teus e depois dizer que está aberto ao diálogo.

As medidas tomadas pelo governo são contestáveis do ponto de vista legal. Do ponto de vista meramente financeiro, fazem todo sentido. Do ponto de vista político (não eleitoral: político no sentido de tentativa de achar uma solução boa para todos) é um desastre.

Richa se acostumou com a ideia de que pode fazer de tudo contra os professores e sair ileso. Chegou a, literalmente, bombardeá-los. Imagina que não vai ser por tirar mais duas horas de planejamento que vai ser pego. Está apostando alto, de novo. Até agora, só ganhou. Sem diálogo, mas ganhou.

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