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Quando estourou a crise econômica nos Estados Unidos, em 2008, o então presidente Lula disse que era “uma marolinha”. Deu no que deu.

Quando começaram a falar em impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff falou que não tinha a mínima chance de passar. “Não vou cair. Isso é moleza.” Pois é.

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Agora, os integrantes do governo Temer tentam minimizar as manifestações de rua contra o governo que mal começou. Estão incorrendo no mesmo erro. Poderão se arrepender amargamente.

Temer, na China, disse que eram umas “40 pessoas” quebrando carros. José Serra, seu chanceler, disse que as passeatas eram “mini mini mini mini mini mini”.

Neste fim de semana, a marolinha anti-Temer passou de 40 pessoas a 100 mil. A minimanifestação se espalhou. E a polícia do governo Alckmin entrou em cena fazendo o que as polícias do PSDB mais têm feito ao longo destes dois últimos mandatos: bater em manifestantes.

O desprezo duplo pelas manifestações, tanto por seu tamanho quanto por sua legitimidade, só mostra o despreparo do atual governo para lidar com a população. Temer precisa perceber que jamais foi eleito para o cargo e que sua popularidade é, no máximo, um fio de cabelo superior à de Dilma.

Desprezando os oponentes, apoiando quem os reprime na base da força bruta só dará mais discurso a quem o vê como ilegítimo ocupante de um cargo onde deveria representar a população como um todo – e como alguém que não está interessado em respeitar as regras da democracia.

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