A quatro dias da data prevista para o pagamento do salário do funcionalismo, o governo do estado ainda faz contas para saber como vai conseguir honrar a folha de fevereiro. A folha mensal do funcionalismo paranaense está atualmente em R$ 1,35 bilhão.
Em janeiro, o governo do estado já precisou fazer vários arranjos de última hora para conseguir pagar todos os salários. Deixou de fazer parte do repasse para algumas instituições (Judiciário, Legislativo, Ministério Público) e até pediu a “devolução” de R$ 82 milhões do Tribunal de Contas.
Mesmo assim, em janeiro não foi possível quitar tudo que o governo devia. Ficaram para trás as rescisões de 29 mil professores temporários (que devem ser pagas nesta terça) e o terço de férias de boa parte dos servidores (que saíram de férias nos últimos meses de 2014 e agora em janeiro).
Agora, o governo contava com o dinheiro que viria do pacote de ajuste fiscal enviado à Assembleia Legislativa. Só a reforma da previdência, por exemplo, permitiria que fossem usados R$ 250 milhões por mês para pagar inativos sem precisar dinheiro do tesouro. O governo também teria acesso a fundos específicos que hoje não podem ser usados para pagamento de pessoal.
No entanto, o pacote, como se sabe, acabou não sendo votado, e o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, já teria dito que está “contando centavos” para pagar todos os compromissos. Agora, na semana de pagamento do salário, é hora de decidir o que será preciso fazer para não deixar atrasar os pagamentos.
Uma possibilidade é de novo deixar de repassar na íntegra os valores concedidos mensalmente a TJ, MP e TC, além da Assembleia Legislativa. Mas e se isso não for suficiente? Quais outras medidas tomar? O pagamento da folha é considerado prioritário, até para não agravar o cenário de greves que assola o estado desde meados de fevereiro.