A redução dos homicídios em Curitiba é um fato que merece muita comemoração. Caso consiga diminuir de fato, e de maneira consistente, a chacina permanente que vivem nossas periferias, o governador Beto Richa (PSDB) terá dado uma contribuição importante para o estado. Lembram aquele provérbio citado em “A lista de Schindler?” Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro.
A redução, segundo os números oficiais apresentados nesta sexta na Gazeta do Povo, é real. O importante é trabalhar agora para que seja cada vez mais acentuada e, igualmente importante, que melhore a situação não apenas imediatamente, mas também no logo prazo. Para isso, será necessário tomar medidas muito mais amplas do que as adotadas até aqui.
É claro que é importante aumentar o policiamento ostensivo, por exemplo, o que pode se alegar que foi feito com as Unidades Paraná Seguro. Mas igualmente importante é aumentar o poder de investigação da polícia. Não há como pôr um PM em cada esquina, em cada casa. O que evita o crime de assassinato é o sujeito ter a certeza de que será pego se cometê-lo.
Por isso a ideia da Divisão de Homicídios, defendida pela atual delegada da área, Maritza Haisi, e pelo delegado-geral, Riad Farhat, é importante. A estrutura atual, conforme mostrou a série de reportagens Crime sem castigo, não dá conta de resolver os problemas. Poucos chegam a responder pelo crime na Justiça, muitos menos são realmente presos ao fim do processo. Nos últimos dez anos, a conta chegou a meros 4%;
O projeto da Divisão de Homicídios está nas mãos da burocracia governamental e em breve deverá chegar a Richa. Tomara que a falta crônica de dinheiro da atual gestão n]ão impeça a criação de uma estrutura importante para a paz pública na capital e no estado.
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