Hoje comemoram-se os 118 anos de nossa República. Bela notícia. Quanto mais que temos democracia plena, finalmente.
Para celebrar o fato, a revista Veja cometeu mais uma barbaridade. Elegeu como personagem símbolo da República, em sua última edição… o imperador D. Pedro II.
Ok. Liberdade de imprensa existe para isso mesmo. Cada um fala a bobagem que quer. Compra quem gostar. Mas isso beira o surreal.
Deixando isso de lado, é curioso ver como a revista tem escolhido seus heróis e bandidos. Poucas semanas atrás, de novo em busca de polêmica, provavelmente, a Veja resolveu desancar Che Guevara de todos os modos possíveis.
Acabou levando um sabão público do biógrafo do guerrilheiro, cujo livro havia embasado parte da matéria. O autor, Jon Le Anderson, da New Yorker, escreveu dizendo que o texto era basicamente um horror panfletário. Os tontos da revista, como o tal Reinaldo Azevedo, estrilaram. Entre o Reinaldo Azevedo e alguém da New Yorker, deixa eu ver em quem eu acredito…
Mas voltando ao imperador. O prócere republicano teve realmente seus méritos. Porém, não dá para esquecer que governou durante 48 anos uma nação sem conseguir abolir a escravidão de negros. Quase meio século de humilhações e torturas literalmente sob as barbas do imperador. Ele era contra, mas demorou um bocadinho demais para agir, não?
Não bastasse, invadiu e destruiu uma nação vizinha soberana, o Paraguai, num modelo visivelmente “republicano” de governo. O maior genocídio da história de nosso continente.
A Veja deveria aprender a usar meios tons em seus textos. Che não foi santo nem bandido. D. Pedro, idem. Ninguém é totalmente bom ou ruim.
Mas isso é o que menos importa. Deixemos a Veja de lado. E viva a democracia!
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