Conforme prometido, aí vai a versão dos nossos ilustres parlamentares sobre as doações que consumiram todo ou quase todo o seu patrimônio. A matéria saiu hoje, na Gazeta do Povo: Nenhum parlamentar paranaense citado no levantamento da Transparência admitiu qualquer pendência na prestação de contas. O deputado federal André Vargas (PT) disse que quem fez o levantamento “não sabe fazer conta”. Segundo ele, o patrimônio declarado à Justiça Eleitoral é parcial porque elenca apenas bens, e não renda. Para ele, seria necessário uma consulta ao Imposto de Renda para se fazer uma análise profunda. “Vou descobrir quem é o responsável por esse levantamento da Transparência Brasil e vou processá-lo. Eles não podem fazer esse tipo de ilação.”
Sobre os gastos, a assessoria do deputado informou que Vargas possuía saldo em conta-corrente de R$ 91,4 mil em 31 de dezembro de 2007, e que ele vendeu uma caminhonete F250, por R$ 80 mil, e um automóvel Corolla, por R$ 40 mil – que teriam sido usados em sua campanha à prefeitura de Londrina. Segundo a assessoria, o deputado recebeu também o total de R$ 198 mil em salários no ano de 2007, e todos os dados constam da sua declaração de IR.
A deputada estadual Rosane Ferreira (PV) disse que financiou sua campanha à prefeitura de Araucária com seus salários. “Toda a minha campanha foi custeada por mim, com os salários do ano como deputada”, afirmou. Ela explicou que não declarou bens porque todo o patrimônio do casal é declarado no IR do marido. “Sou casada em regime de comunhão de bens e tudo que temos está na declaração dele”, assegurou.
Já o deputado estadual Élton Welter (PT) disse que pegou dinheiro emprestado para a sua campanha. “Usei a legislação, que permite isso, e vou pagar”, afirmou. Ele não informou onde ou de quem teria feito o empréstimo de quase R$ 146 mil.
A vereadora Professora Josete declarou ter R$ 69,7 mil em bens, mas doou R$ 65,4 mil para sua própria campanha. Ela explica que, na declaração de bens consta um apartamento e um carro, e que o valor doado por ela corresponde a uma poupança que fez ao longo de 2008 para bancar a sua campanha. Segundo a vereadora, o dinheiro não consta da declaração enviada à Justiça Eleitoral porque os bens declarados correspondem ao ano anterior.
Os vereadores Jonny Stica (PT) e Julio Cesar Sobota (PSC), que declararam ao TSE não possuir bens, também afirmaram à reportagem que os montantes doados à campanha foram resultado de economias feitas ao longo de 2008, portanto, depois da declaração. Procurado ontem à noite, o vereador Dirceu Moreira não atendeu o telefone.