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Representante de empresários insiste em defender general golpista, mas diz ser contra ditadura

Douglas Fonseca. Foto: Orlando Kissner/SECS (Foto: )

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa (Acipg), Douglas Taques Fonseca, decidiu não recuar de sua posição favorável ao general Antônio Hamilton Mourão, apesar de todas as críticas. Em entrevistas a jornais locais, ele diz que mantém as declarações da associação, publicadas em anúncio.

A Acipg defendeu o general publicamente depois de ele ter dito que, caso a política e o Judiciário não dessem conta de resolver a crise do país, o Exército poderia “impor” uma solução. A carta aberta publicada pela associação em defesa do general foi alvo de uma moção de repúdio na Assembleia Legislativa, entre outras.

Leia mais: Associação empresarial exalta general que defendeu intervenção militar

Segundo Fonseca, a Acipg não defende ditadura, nem de esquerda nem de direita. “Em nenhum momento se falou em intervenção militar. O que apoiamos é a manifestação do general Mourão de que se as entidades civis não derem conta, só cabe ao Exército o papel de por ordem na casa”, disse ao Diário dos Campos.

Qual é a diferença entre isso e uma “intervenção militar” não está claro. Aliás, também fique claro que não existe possibilidade de uma “intervenção militar” democrática no país: segundo a Constituição, a não ser que aja por ordem do Executivo, o Exército está dando um golpe em qualquer tipo de intervenção que vier a fazer.

Orgulho

Em declaração ao Jornal da Manhã, Fonseca foi ainda mais longe. Disse que se sente orgulhoso de ter sido motivo de uma moção de repúdio da Assembleia.

“Essas notas de repúdio só nos orgulham porque, veja bem, se nós estamos fazendo um movimento para moralizar o país, e aqueles que nós entendemos que são os principais que estão desmoralizando o país se revoltam, é sinal de que nós estamos fazendo a coisa certa”, afirmou.

Em nota oficial no site da associação, Fonseca desdiz a ideia de ser contra uma intervenção militar. Afirma que todos “torcem” para que a crise se resolva sem isso. “Torcemos para que os políticos, que representam o povo, consigam fazer o dever de casa e não seja necessária uma intervenção militar. No entanto, se isso não ocorrer, não vemos outra saída”, diz.

Antidemocrática

A associação tem um histórico de ações antidemocráticas. A Acipg é a mesma instituição que, em 2014, tentou cassar o direito a voto de eleitores que recebem Bolsa Família. Dizia que esses eleitores estavam atrelados ao governo e que isso afetava a “lisura” das eleições. Na ocasião, porém, depois de muita pressão, a Acipg recuou.

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