O senador Álvaro Dias (PV-PR) foi o primeiro senador paranaense a discursar na sessão que analisa a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. 26º na ordem da discussão, Dias, que defende a saída da presidente, classificou o PT como uma “quadrilha” e defendeu mudanças no “modelo de balcão de negócios” como solução para a governabilidade.
O próximo paranaense a falar será Roberto Requião (PMDB-PR), 28º a discursar. Gleisi Hoffmann (PT-PR) será a 56ª a falar, ou seja, deve discursar durante a madrugada. Ao contrário de Dias, os dois são contrários ao processo.
“O maior desserviço que se prestou à nação, nos últimos anos, foi a banalização da corrupção. Mas vejo a fotografia da nação como uma folha de dois lados. De um lado, a indignação. De outro, a esperança”, declarou Dias.
Ele também relembrou que, no passado, pediu o impeachment do do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Naquele momento, [Lula tinha] em alta popularidade. Não houve apoio, fiquei só”, disse. Para ele, se as “providências adequadas” tivessem sido tomadas, o Brasil não teria testemunhado “esse rombo monumental nos cofres da nação”.
Dias disse, ainda, que os políticos precisam mudar se não quiserem ser “atropelados” pela indignação popular. “Ou nós os políticos mudamos, ou seremos atropelados pela exigência implacável do povo brasileiro. Ou mudamos, ou seremos apeados da vida pública, como será apeada, certamente, a presidente Dilma Rousseff”, disse.
Sobre o processo em si, ele disse que “houve dolo” por parte da presidente, e que os crimes de responsabilidade atribuídos a ela são motivo para o impeachment. “O crime de responsabilidade fiscal foi praticado com dolo, visto que a presidente da República foi alertada em várias ocasiões das irregularidades chamadas de pedaladas fiscais”, disse.
Entrevista
Pouco antes do discurso, Dias deu entrevista à TV Senado, na qual comentou sobre a possível adesão do PV ao governo Michel Temer. O senador disse que o convite feito ao deputado federal Sarney Filho (PV-MA) tem caráter pessoal, e que espera que o PV adote uma posição de “independência” perante ao governo federal, caso Temer assuma.
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