O senador paranaense Alvaro Dias está de saída do PV. Vai para o Podemos – e é pelo novo partido que pretende ser candidato à Presidência. Em entrevista exclusiva ao blog, Alvaro Dias disse que o partido será inspirado no En Marche, que elegeu Emmanuel Macron presidente da França, e em outras iniciativas europeias, como o Podemos, da Espanha, e o Cinco Estrelas, da Itália.
Para a eleição do ano que vem, Alvaro diz que o partido “está aberto” a seu irmão, Osmar, candidato ao governo do Paraná. E não negaria a entrada na legenda caso algum procurador da Lava Jato se interessasse em ser candidato. Veja abaixo a entrevista.
O sr. está mesmo de mudança para o Podemos?
Não divulguei ainda porque estamos preparando o partido. Houve a homologação do nome, mas agora estamos preparando o programa, o estatuto. Vamos submeter nosso programa provavelmente em 1.º de julho. E vai ficar na Internet para recolher sugestões.
Qual vai ser a cara do novo partido?
Vai ser um partido moderno. Ideologicamente, não vai estar alinhado nem à esquerda nem à direita, vai estar alinhado com causas. Estamos nos baseando em casos bem-sucedidos recentemente na Europa, como Podemos na Espanha, o En Marche, que elegeu o Macron presidente da França, e o Cinco Estrelas, na Itália.
E quais vão ser as causas do partido?
Necessariamente uma delas terá de ser o combate à corrupção. No campo da economia seremos liberais, até procurando estar em sintonia com a nossa população. Mas muita coisa vai depender do processo de democracia direta.
O que o sr. ganha saindo do PV para o Podemos?
Os partidos atuais serão rejeitados nas eleições. O que se tenta é criar uma alternativa nova, moderna, que use especialmente os avanços tecnológicos, das mídias eletrônicas, para se comunicar permanentemente com os cidadãos. Será algo limpo, sem passado. Se alguém me perguntar na eleição ano que vem vou poder dizer: “Meu partido não é passado, é só futuro.”
O sr. continua pretendendo ser candidato à Presidência?
Não se pode criar um partido postulando nada. Mas claro que posso atender a uma convocação se for chamado. É nesses termos que eu coloco. Agora, certamente o que não faria sentido seria criar o partido para não ter candidatura própria.
O partido começa pequeno. Como ser competitivo?
O partido já tem 18 deputados federais comprometidos e deve ter uma bancada de três ou quatro senadores.
O senador Romário será candidato ao governo do Rio de Janeiro?
O Romário é um dos que está comprometidos conosco. Mas na primeira janela partidária tenho certeza de que muito mais gente virá conosco.
E quanto ao seu irmão, Osmar. Ele diz que é candidato ao governo do Paraná. Será pelo Podemos?
Não sei ainda. Ele está totalmente liberado. Acho que em mais alguns dias ele deve decidir. Mas claro que o partido está aberto para ele e para outros.
Cogitou-se seu nome para assumir a Presidência interinamente caso Temer renuncie. Há alguma movimentação nesse sentido?
O que houve foi a especulação e a consulta de partidos pequenos. Mas não é hora de especular sobre isso. Até porque não acredito que ele renunciará. E o processo de impeachment é longo, praticamente esgota o mandato.
O sr. diz que o partido novo começa sem passado. Mas o sr. foi correligionário até recentemente de Aécio Neves, hoje investigado na Lava Jato. Isso compromete o discurso?
Pelo contrário., Isso atesta que eu estava certo ao deixar o partido, há um ano e meio justamente por discordâncias quanto ao comportamento. Eu defendia o impeachment por inteiro, não pela metade, só da Dilma. Mas o PSDB se agarrava ao PMDB do Temer. O escândalo de hoje mostra que eu estava certo.
Cogita-se que um membro da força-tarefa da Lava Jato poderia ser candidato pelo Podemos. Existe algo nesse sentido?
Eu jamais faria uma movimentação dessas até porque em 2018 a força tarefa deve estar na ativa, e eu não desejaria tirar da investigação alguém que certamente fará falta. Mas obviamente que se alguém da Lava Jato nos procurar e estiver à disposição seria muito bem-vindo. Corresponde ao perfil do partido.
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