Presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN) disse que não bota mais em votação cassações de mandatos de parlamentares enquanto o voto não for aberto. Hoje, é secreto, como se viu no lamentável episódio da decisão sobre o mandato de Natan Donadon – o primeiro presidiário deputado do Brasil.
Provavelmente, não passa de balela. Alves, se quisesse mesmo ter impedido o que aconteceu, teria impedido. Poderia deixar para fazer a votação depois, podia ter forçado um acordo de lideres. E provavelmente na próxima vez dirá o mesmo: que teve toda a boa intenção do mundo, mas que não conseguiu que os deputados mudassem a regra do jogo.
A preferência, num mandato, é pela hipocrisia. Você faz o que te traz mais vantagens, e ao mesmo tempo tenta convencer a população de que fez o melhor para ela. Quando o voto é secreto, a tendência se acentua ainda mais. Como aconteceu a vez em que salvaram o mandato de Jaqueline Roriz: somando todos os que disseram ter votado pela cassação, sobravam votos para tirá-la do Congresso.
Em todo caso, Alves, em entrevista a Josias de Souza, do Uol, diz que só vota a cassação de novos deputados se a emenda de Alvaro Dias acabando com o voto secreto passar. Pode inclusive ser um recado para o PT. Ele sabe que os próximos parlamentares a ter seu mandato julgado devem ser os réus do mensalão. E obviamente o governo não tem interesse em fazer com que essa votação – justamente essa – seja aberta. Como serão as negociações? Eis mais um mistério que Brasília nos reservará.
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