Os principais candidatos ao governo do Paraná foram duros ao comentar a prisão de Beto Richa (PSDB) e de alguns seus principais assessores. Nem mesmo os candidatos que participaram ativamente do governo, como Ratinho Jr. (PSD) e Cida Borghetti (PP) pouparam Beto.
“O ocupante de cargo público tem que ser responsabilizado por seus atos. Quem fez coisa errada tem que ser punido. A Justiça está atuando com isenção e é isso que nós esperamos”, afirmou Ratinho Jr., secretário de Desenvolvimento Urbano nas duas gestões de Beto Richa.
Ratinho tem tentado se distanciar de Beto. Joga o peso da rejeição do ex-governador para Cida Borghetti, atual governadora. O discurso de Ratinho é de que ele fazia parte do “lado bom” do governo de Richa e que conseguiu usar sua pasta para fazer obras pelo estado.
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Cida, por outro lado, também tenta se desvencilhar de Beto. Vice de Richa por três anos e meio, a atual governadora usa o fato de ter criado uma Divisão Anticorrupção para afirmar que não compactua com os erros do antecessor, que é candidato ao Senado em sua chapa.
“Não aceito e não compactuo com nenhum tipo de desvio de conduta. Criei a Divisão de Combate à Corrupção que tem total autonomia para investigar e está colaborando em todas as investigações”, diz nota enviada por Cida.
Já o candidato do MDB ao governo, João Arruda, defendeu “a continuidade das investigações do Gaeco e da Operação Lava Jato no Paraná”. “Todas as responsabilidades devem ser apuradas de maneira aprofundada ao longo dos processos, e de forma isenta e obediente ao trâmite legal, respeitando o direito constitucional à defesa dos investigados”, disse.
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Até onde se sabe, o empresário Joel Malucelli (Podemos), sogro de João Arruda, é um dos investigados na operação que levou Beto à cadeia.
Dr. Rosinha (PT), disse que não ficou surpreso com a prisão de Beto, e sim com sua demora. “Se ele estava sendo investigado há tanto tempo e em tantos casos, por que demorou tanto? Por que prender só agora, em pleno processo eleitoral? Será o Judiciário tentando interferir na eleição?”, disse.
O discurso, obviante, tem a ver com o fato de Lula, principal líder do PT, estar também preso no momento em que sairia candidato a presidente.