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Ao criticar Barbosa, Lula apaga o que poderia ser um mérito

Lula-CB

Lula em foto do Correio Braziliense.

Lula obviamente não pode dizer com todas as letras, até porque o julgamento do mensalão não acabou e isso poderia prejudicá-lo ainda mais. Mas deu a entender que hoje não escolheria alguns dos ministros que colocou no STF. Dos que ainda estão lá, parece óbvio que, se poderia se arrepender, é da indicação de Joaquim Barbosa.

Dias Toffoli, Lewandowski e Cármen Lúcia não foram nem de perto algozes do PT como foi Joaquim Barbosa, que Lula foi buscar como professor universitário para uma vaga no Supremo. Ao ser perguntado em entrevista ao Correio Braziliense disse apenas que “teria mais critério” hoje para indicar os ministros. Mas que com as informações que tinha na época não podia fazer diferente. Com as informações que tem hoje, poderia mudar.

Mas quais são as informações que Lula tem hoje e que não tinha quando fez a indicação. Só podem ser os próprios votos dos ministros. Não houve grandes escândalos pessoais envolvendo nenhum dos quatro. Resta a atuação profissional. Resta a atuação de Barbosa no mensalão. E Lula, hoje, diz que isso o faria “ter mais critério” na indicação.

Em certa medida, um dos poucos motivos que o PT poderia ter para se orgulhar em todo o processo do mensalão foi o fato de ter indicado ministros que não parecem ter se pautado por ordens da Presidência. Isso deu ao tribunal ares de independência importantes em uma República. E justamente isso Lula critica, diminuindo aquele que poderia ser o seu momento de grandeza no julgamento.

Esse parece ter sido um ponto que escapou completamente aos petistas mais importantes. Eles poderiam sair por cima, talvez, se dissessem simplesmente que houve erros e que deixariam a Justiça agira livremente, sem mais. Dilma teve um pouco essa postura. Não é à tia que desgastou sua imagem bem menos do que outros nomes de seu partido.

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