A gestão de Gustavo Fruet vai chegando ao fim com ares melancólicos. Não só porque o prefeito não conseguiu se reeleger. Isso são coisas da vida. O problema é que Fruet vai terminar o mandato com a imagem arranhada.
Nos últimos dias, houve várias notícias que mostram que os estertores da administração são marcados pela falta de dinheiro. As empresas de ônibus reclamam que o repasse das passagens está atrasado. Equipes de manutenção foram dispensadas. A Oficina de Música pode nem acontecer.
Não se pode acusar Fruet de tentar disfarçar a crise. Mesmo na campanha ele sempre deixou claro que a situação das contas públicas era complicada. Mas tentava fazer parecer que, apesar disso, tudo daria certo.
Falava, como um bordão, que “já tinha feito o mais difícil”. E que, portanto, um possível segundo mandato seria bem mais tranquilo. Era a versão municipal do “O melhor está por vir”, de Beto Richa.
Mas ninguém imaginava, pelo discurso, que Fruet deixaria perto de R$ 400 milhões em dívidas para o sucessor. Ou que mal hvaeria dinheiro para tapar buracos. Ou que órgãos ligados à prefeitura teriam dificuldade até mesmo para pagar salários no fim deste ano.
O curioso é que, neste mesmo período, Fruet está fazendo uma maratona de inaugurações pela cidade. Creches têm sido inauguradas aos montes, assim como reformas em unidades de saúde pela cidade. Um ritmo quase alucinado que mostra que, afinal de contas, havia coisas importantes sendo feitas na gestão.
O que fica parecendo é que, além da crise econômica, alguma coisa deu muito errado no planejamento da “prefs”. As coisas boas ficaram ocultas (inauguradas a uma semana do fim do mandato, as creches só servirão para a propaganda do desafeto Greca!).
O final do mandato, apesar de acertos que passaram despercebidos, corre o risco de prejudicar o restante da carreira de Fruet. A não ser que ele consiga ser mais eficiente na comunicação a partir de agora.
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