O resultado prático da desistência de Osmar Dias (PDT) é que a eleição para o governo do Paraná tem como principais candidatos, a partir de agora, dois nomes ligados ao ex-governador Beto Richa (PSDB). Em certo sentido, pode-se dizer que Beto, apesar do mau momento, fez seu sucessor.
De um lado, Cida Borghetti (PP) só chegou aonde está hoje, disputando a reeleição para o governo, por ter sido vice de Beto Richa. Embora hoje ela e Beto estejam estremecidos, Cida participou dos três anos e quatro meses do governo de Beto, dando apoio a todas as medidas polêmicas, incluindo o ajuste fiscal.
De outro lado, Ratinho Jr. (PSD), que aliás, recusou a vice de Beto antes de ela ser oferecida a Cida, foi secretário de Desenvolvimento Urbano do governo de Richa nos dois mandatos – aproveitando a oportunidade para se fortalecer com prefeitos de todo o estado.
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Embora hoje reneguem Beto, os dois montam campanhas com estilos muito semelhantes ao do ex-governador e fazem discursos que lembram o de Richa. Prometem não ser ideológicos (embora todos tendam à direita), criticam o inchaço do Estado, batem no petismo e na esquerda em geral e falam em gestão “empresarial”.
As bancadas dos dois lados estiveram ligadas à reforma da previdência. Entraram no caminhão do Choque para escapar à fúria dos servidores e votaram o pacote de Beto no 29 de abril. Depois, tiveram acesso a bilhões de reais para azeitar suas campanhas.
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