A quebra de sigilo na Receita Federal parece ser o fato mais importante da eleição no momento. Desde que ficou claro que o sigilo fiscal de sua filha foi quebrado, Serra botou a boca no trombone como vinha evitando fazer até o momento.
Tinha preferido ser suave com Dilma e com Lula. A tática, claramente, não estava funcionando. A brecha aberta para ele bater duro no PT surgiu no momento em que o partido realmente precisava mudar o discurso.
Serra passou a comparar Lula e Dilma a Collor. Diz que só em 1989 alguém usou um filho do adversário na campanha: no caso, Collor usou Lurian, filha de Lula fora do casamento, para atingi-lo.
Ainda não se sabe o tamanho do estrago que isso pode fazer na campanha de Dilma. Na verdade, muita coisa ainda precisa ser apurada. Mas algumas coisas já ficaram claras.
1 – Existia mesmo um esquema de quebra de sigilos fiscais dentro da Receita Federal. Várias pessoas foram atingidas. Algumas, não têm nada a ver com política (caso de Ana Maria Braga). Outras, tinham. Caso do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de Verônica Serra.
2 – O esquema para quebrar o sigilo provavelmente envolvia propinas a servidores. E pelo menos no caso de Verônica Serra envolveu uma fraude. A procuração que ela supostamente teria dado para mexerem em seus dados era falsa.
3 – Um ex-delegado diz que membros do PT estariam montando uma equipe para fazer dossiês contra o PSDB. O PT nega.
4 – Houve uma reunião de pessoas ligadas ao PT em que dados sigilosos teriam circulado. O PT, novamente, nega qualquer ligação com o caso.
A grande pergunta que fica, como no caso Watergate, é quem está por trás disso. No caso americano, o jornalismo provou que Nixon sabia de tudo. Aqui, as provas de que realmente partiu uma ordem do comando do PT para que algo fosse feito de ilegal ainda não estão postas. Há indícios, não provas.
Isso pode mudar a história da eleição?
Só o tempo dirá.
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