O que já era bola cantada no início de 2015 se confirma agora, um ano depois. O pacote de “ajuste fiscal” do governo do estado tornou Curitiba a capital nacional da inflação. Todos os demais estados e capitais sofreram com as medidas do ajuste do governo federal. Curitiba e o Paraná sofreram, além disso, o impacto das medidas do governo Beto Richa (PSDB).
O IBGE, ao confirmar nesta sexta-feira que Curitiba foi a cidade com maior IPCA no ano anterior, atribuiu o aumento excepcional da inflação, entre outras coisas, a dois movimentos deliberados do governo do estado: o aumento das tarifas de energia elétrica e o pacotaço que elevou alíquotas de ICMS e IPVA.
“Dentre os índices regionais, Curitiba foi a região metropolitana com a maior variação (12,58%) tendo em vista o impacto do reajuste de 50% nas alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre uma quantidade expressiva de itens, com vigência desde o dia 01 de abril. Destaca-se a alta dos alimentos consumidos em casa (16,36%), além da energia elétrica, cujas tarifas aumentaram 69,22%”, diz a nota divulgada pelo instituto.
Desde que começou a tramitação do pacotaço de aumento de impostos de Richa a Fiep alertava que isso tiraria R$ 1,6 bilhão de poder de compra, investimento e poupança da população – é esse dinheiro, em parte, que permitiu ao governo acertar as suas contas e dizer hoje que está com tudo em dia.
Relembrando: Richa aumentou a alíquota do IPVA em 40% e o ICMS de milhares de produtos passou de 12% para 18% – aumento de 50% de uma tacada só. Como o blog Conexão Brasília alertou já em agosto, quando a inflação da cidade ultrapassava a de todas as demais capitais, isso era previsível: os empresários não iam ficar com o custo do aumento de impostos para si e repassariam à população.
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