O colunista Reinaldo Bessa, desta Gazeta do Povo, noticiou na quarta-feira que o governador Beto Richa (PSDB) tem um novo “autor de cabeceira”. A nota informa que se trata do blogueiro Rodrigo Constantino, autor de um livro intitulado “Esquerda Caviar”.
Constantino mantinha até esta semana um blog no site da revista Veja. Lá, defendia mais ou menos as mesmas coisas que aparecem em seu livro. A expressão “esquerda caviar”, aliás, aparece frequentemente em seus textos.
O blog foi cancelado nesta semana, sem que se tenham anunciado os motivos. Constantino segue como colunista quinzenal do jornal O Globo e também continua com sua atuação no Instituto Liberal, uma organização voltada à defesa da liberdade econômica.
Constantino, nesse seu tempo de vida pública, ficou conhecido basicamente por dois motivos: uma defesa intransigente da direita na economia; e por polêmicas curiosas, principalmente no ataque a valores da esquerda.
Autodefinido como “um liberal sem medo de polêmica”, Constantino acredita no livre mercado e quer combater qualquer coisa que se pareça com protecionismo, intervenção estatal, limites à atuação das empresas etc.
Mais do que isso, vê a esquerda (mesmo a esquerda democrática) como um atraso de vida que só leva ao autoritarismo. Assim como outros liberais mais radicalizados, costuma ver fantasmas de comunistas embaixo da cama.
Dois de seus posts mais esquisitos dão uma noção do “pensamento liberal” de Constantino. Num deles, pregava que a existência da cor vermelha no logo da Copa do Mundo de futebol realizada no Brasil no ano passado era uma terrível mensagem subliminar em defesa do comunismo. O caso virou piada internacional.
Em outra ocasião, quando a atriz Letícia Spiller teve sua casa assaltada à mão armada, tendo sua vida e a vida de seus familiares (inclusive filhos pequenos) exposta e ameaçada, Constantino, em um ato de delicadeza ímpar, foi a público dizer que isso serviria para a atriz parar de “defender bandidos”, como na sua avaliação faz a “esquerda caviar”.
Em determinado momento, dada a fúria e o radicalismo de Constantino, a própria Veja sugeriu que ele retirasse do ar um post em que dava a entender que a jornalista Míriam Leitão, que revelou como foi torturada na ditadura, devia desculpas ao país assim como seus torturadores – pois fora torturada por pregar um regime de esquerda no país.
Por incrível que pareça, Richa estava melhor quando costumava dizer (como o fez em duas sabatinas da Gazeta do Povo) que seu livro favorito era um “livro de filosofia tolteca”, na verdade um manual de autoajuda, intitulado “Os Quatro Compromissos” (leia sobre o que se trata clicando aqui).
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