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Governo defende reforma da previdência para a população e manutenção de aposentadoria especial dos parlamentares.  Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados.
Governo defende reforma da previdência para a população e manutenção de aposentadoria especial dos parlamentares. Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados. | Foto:

A bancada evangélica e os eleitores que a apoiam pensam da mesma forma sobre temas morais e comportamentais? Segundo um artigo da Universidade de São Paulo, não. Apesar de concordarem com mais frequência em temas ligados  moral, eles tendem a divergir quando o assunto é política. Ou seja: os congressistas evangélicos são menos conservadores que seus eleitores.

Vários assuntos foram abordados nas pesquisas utilizadas: uso de drogas, redução da maioridade penal, homossexualidade, entre outros. No caso da liberação do porte de armas, os congressistas evangélicos apoiam em maior número do que seus eleitores. Segundo os autores, essa reação por parte dos eleitores acontece, pois parte deles vivem em comunidades de baixa renda, onde a criminalidade é maior.

Eleitores e parlamentares evangélicos convergem quando o assunto é homossexualidade. A reação, porém, é destacada como “tentando impedir mudanças” em relação ao padrão atual, ou seja: é mais fácil o congressista ser contra a criminalização da homofobia do que apoiar a criminalização da homossexualidade. A população é mais conservadora com relação a migrantes e imigrantes.

Quando se trata de economia a bancada é mais liberal que a população. Os parlamentares evangélicos tendem a acreditar mais na ideia do “homem empreendedor”. Grande parte da bancada evangélica (87%) “vê com maus olhos” os auxílios governamentais.

“Quem tem medo da bancada evangélica?”

Feito por Reginado Prandi, doutor em sociologia pela USP e pelo mestrando Renan William dos Santos o estudo foi publicado na revista de sociologia Tempo Social. “Quem tem medo da bancada evangélica?” é o nome do trabalho, que usa duas pesquisas do Datafolha para comparar o posicionamento dos políticos e dos eleitores. Diversos grupos religiosos foram analisados pelas pesquisas. Os ateus são o grupo mais rejeitado do país, por todas as religiões, com 42%.

Porém, o foco eram os evangélicos pentecostais e não pentecostais. Em resposta à pergunta do título, os autores dizem que não, não é preciso ter medo da bancada evangélica, pois apesar de terem rádios e emissoras, as pautas dos parlamentares giram em torno de questões morais e não de mudanças estruturais profundas.

A bancada evangélica surgiu com a eleição da Assembleia Constituinte em 1986, temendo que os católicos conseguissem aumentar seu poder de influência. É um grupo suprapartidário que para o mandato 2015-2019 elegeu 75 deputados federais e 3 senadores declaradamente evangélicos.

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