Considerado o principal articulador da província, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), admite que, se o governador Beto Richa (PSDB) não deixar o Palácio Iguaçu até 7 de abril, os planos eleitorais do grupo político liderado por ele sofrerão um duro golpe. O principal trunfo da candidatura da esposa dele, a vice-governadora Cida Borghetti (PP), ao Executivo estadual passa pela renúncia de Richa para disputar o Senado. Assim, ela teria a máquina estatal nas mãos por seis meses antes do pleito marcado para outubro e carregaria a marca de primeira mulher a comandar o Paraná em definitivo.
Por ora, no entanto, permanece a dúvida se Richa sairá ou não candidato a senador. “Se o Beto ficar [no governo], o Ratinho é franco favorito [a vencer a eleição]”, analisa Barros. A afirmação, porém, é visivelmente da boca para fora. Logo em seguida, o ministro da Saúde dá o verdadeiro tom das costuras que vem fazendo: “Com Beto ou sem Beto, a Cida sai [candidata] igual. Evidente que pode ficar mais fácil ou mais difícil”.
PODCAST: Afinal, quantos candidatos ao governo tem o Paraná?
E Barros tem trabalhado firme para que a esposa esteja na cadeira de governadora em menos de dois meses. “Se o Beto sair [do governo], a Cida é franca favorita”, afirma. A confiança nessa hipótese é tamanha que deputados do PSC, espécie de segundo partido de Ratinho ─ hoje ele está no PSD ─, já admitem que podem estar ao lado do casal na campanha e não na trincheira do empresário e radialista.
“Vocês têm reunião hoje, né? Eu ia dar um pulo lá, mas já tenho outro compromisso.” A conversa de Barros surpreendeu deputados do próprio PSC, que se reúnem na noite desta segunda-feira (19) em Curitiba com prefeitos e vice-prefeitos do partido no estado, sob a batuta de Ratinho. Afinal, não faria sentido o ministro da Saúde estar presente numa reunião do principal adversário no momento.
Para Barros, entretanto, tudo faz sentido se o resultado for eleger a esposa governadora do Paraná.
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