O ex-governador Beto Richa reagiu nesta terça como pôde à pancada. Depois de a RPC mostrar o que inclui a tentativa de delação de Maurício Fanini, Beto fez texto, vídeo e mandou sinais de fumaça para se defender.
Entre os argumentos principais, um é formal: as acusações não podiam ter vazado. Outro é político: trata-se de uma tentativa de derrubar sua candidatura ao Senado. Há outro jurídico: Fanini estaria mentindo para fugir da cadeia.
Mas o mais curioso é o argumento financeiro. Beto diz que não precisava daquilo. Na nota de Richa, isso aparece no momento em que ele se defende da acusação de Fanini ter repassado mil dólares para uma viagem do filho ao Peru.
“Quem nos conhece sabe que não precisamos disso e a afirmação beira o absurdo”, diz o governador. De fato, parece estranho quem tem o patrimônio de Beto pedir milão, ainda que em dólares.
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Aliados de Beto insistem no argumento. “A Fernanda Richa é herdeira do Bamerindus. Ninguém vai levar a sério uma denúncia que inclui mil dólares para uma viagem. Fica na cara que metade daquilo é mentira”, diz um aliado.
Evidente que a denúncia, ainda não homologada pela Justiça, tem coisas bem mais sérias, como a compra de um apartamento de R$ 500 mil, viagens internacionais mais caras e dinheiro para eleições.
Mas as mil doletas peruanas têm servido para argumentar que a coisa toda só pode ser uma farsa.
De resto, em seu depoimento, Fanini alega que Beto queria usar o governo para se aposentar estando bem de vida, tendo resolvido seus problemas financeiros.
Agora é ver se a delação é aceita e se alguém investiga isso a fundo.
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