Caixa dois de Richa seria organizado por três pessoas de confiança do governador, segundo delação. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo.| Foto:

Beto Richa já passou por coisas bem mais sérias no atual mandato. Mas a negociação da lei que libera cerveja nos estádios de futebol, por mais que o assunto possa parecer menor, não foi fácil.

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Por um lado, o governador tinha se comprometido com alguns de seus aliados mais próximos a sancionar a lei. Bastava conseguir a maioria dos votos e mandar para a mesa dele. Falou na frente de todo mundo numa reunião.

Talvez Beto não esperasse que os deputados fossem conseguir passar por cima da bancada evangélica. Mas conseguiram, numa votação apertada. E foi quando o projeto aterrissou em sua mesa que ele se viu na encruzilhada.

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Porque, por outro lado, Richa tinha pressão de várias igrejas para não sancionar a proposta. A mesma pressão, aliás, já tinha impedido que os vereadores de Curitiba aprovassem a mesma lei.

Segundo se diz, a voz que fez Beto Richa mudar de vez a promessa que fez aos deputados foi a do arcebispo metropolitano da Igreja Católica, dom José Antônio Peruzzo. A primeira-dama, Fernanda, disse para Beto ouvir o bispo.

O Conselho Estadual de Política de Drogas também pressionou pelo veto – além, claro, dos evangélicos derrotados na votação em plenário.

Mostrando que não quer briga com ninguém, ainda mais a um ano da eleição, o governador decidiu não decidir. E passou a bola para Traiano. Que, feliz da vida, vai homologar a lei e ganhar mais uns votinhos para deputado.

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