Beto Richa usou seu discurso de mais de meia hora na convenção do PSDB basicamente para duas coisas: falar mal de quem lhe faz oposição e exaltar o próprio governo. O objetivo nos dois casos era o mesmo: armar uma narrativa sobre qual foi o seu legado em dois mandatos à frente do governo.
Beto disse que foi vítima de todo tipo de maldade, desde a prefeitura. Não deixou claro quem teria lhe atacado nem o porquê, apenas disse que intentaram de tudo contra ele e distorceram fatos. Chegou a contar uma história de 2004 quando, candidato a prefeito, inventaram um teste de paternidade para ele fazer que não tinha o menor sentido.
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Reclamou da imprensa (exceto do jornal Valor, que disse recentemente ver no Paraná “o melhor dos mundos”) e do governo federal petista. Principalmente disse que não foi compreendido durante o ajuste fiscal – aquele momento em que a PM desceu o sarrafo na população para que o governo tivesse acesso à grana da aposentadoria do funcionalismo.
Segundo o governador, foi por ter a coragem de fazer o que precisava ser feito que hoje o Paraná paga salários em dia, ao contrário de outros estados, e pode fazer investimentos. E aí veio a propaganda do que já aconteceu – e uma espécie de “o melhor está por vir 2.0”.
Obras
Beto disse que só na semana passada fez vários anúncios, como o de uma ponte importante em União da Vitória e o inícios dos estudos para a construção da sempre-falada-e-nunca-feita ponte Matinhos-Guaratuba (que obviamente vai ficar para a próxima gestão).
Talvez o ponto em que tenha sido mais incisivo foi na parte de ferrovias. Disse o governador que o estudo da extensão da Ferroeste, que levaria safras do Centro-Oeste a Paranaguá passando por Guaíra e Cascavel, transformaria a estrada de ferro em uma linha de mil quilômetros, com uma obra estimada em R$ 10 bilhões.
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Sobre quem apoiará em 2018, nem uma palavra. Mas não deixa de ser curioso que esteja prometendo agora, como em 2014, que o melhor ainda virá – já que agora, quem fará esse “melhor” vir não é ele, e sim seu sucessor.
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