O ex-governador Beto Richa (PSDB) disse nesta sexta-feira, em entrevista à Rádio T, que sua prisão decorreu de uma “trama política” usada para beneficiar dois candidatos “ligados ao PT”. Embora não diga nomes, Richa estava evidentemente se referindo a Roberto Requião (MDB) e Flavio Arns (Rede), dois de seus principais concorrentes na disputa pelo Senado.
Na entrevista, uma das primeiras desde que saiu da cadeia, Beto afirma novamente que sua prisão foi uma violência e diz que as delações não têm credibilidade. Assim como na RPC, disse que “tico-tico”, a expressão usada por ele numa conversa por Tony Garcia (PTC), não significa propina. Mas de novo não falou sobre sua ordem para que Tony “fosse para cima” cobrar a divisão do pagamento recebido pelo empresário.
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Sobre a suposta trama, Beto não diz quem seria o autor da manobra. “Se eles deixassem as digitais na cena do crime seria mais fácil”, afirmou ele à jornalista Mareli Martins. No entanto, deu vários sinais que deixam ao leitor menos desatento a insinuação de que Requião, seu eterno desafeto, estaria por trás da prisão temporária – embora não apresente qualquer prova disso.
Apesar das dificuldades, Richa diz que sua candidatura é “irreversível”. Se recusou a falar mal de Cida Borghetti (PP) e de Ratinho Jr. (PSD), que o abandonaram no momento de dificuldade. Mas disse que “não está à procura de emprego” e que “só quer ajudar o Paraná”.
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