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Beto Richa nega troca de favores com juiz que tirou processo de Sergio Moro

Com colaboração de João Frey:

O ex-governador Beto Richa (PSDB) chamou de “maldade sem precedentes” a ilação de que ele poderia ter sido beneficiado judicialmente por nomear a filha de um desembargador para um cargo comissionado. As declarações foram dadas na convenção do PSDB nesta quarta-feira.

Richa conseguiu que o processo que investiga suposto pagamento de caixa dois para sua campanha eleitoral saísse das mãos do juiz Sergio Moro, da Justiça Federal Criminal, e ficasse apenas com a Justiça Eleitoral. A decisão foi dada nesta semana pelo desembargador Luiz Fernando Wowk Penteado, do TRE.

Logo a seguir, descobriu-se que a filha do desembargador, Camila Wowk Penteado, foi nomeada por Richa para trabalhar no Instituto Ambiental do Paraná. Camila também seria filiada ao PSDB. E o desembargador também foi o responsável por parcelar uma dívida eleitoral de Richa em vinte vezes.

“Essa ilação sobre qualquer motivação estranha na decisão da Justiça Eleitoral é uma postura de flagrante desrespeito ao Poder Judiciário”, disse Beto. O tucano disse que só esteve uma vez com o desembargador, num evento público, e que jamais conversou com ele, só o cumprimentou.

“Ele nunca me pediu emprego para a filha e, salvo engano, nessa época nem estava na Justiça Eleitoral”, afirmou. “Aliás, as referências que tenho do desembargador são as melhores possíveis”, disse Beto. Segundo ele, a escolha de Camila para o cargo foi “técnica”.

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