Beto Richa negociou longamente sua saída do governo no próximo dia sete. Pois sabia que, além de seus interesses pessoais, havia muito mais coisa em jogo. E que, se ele tinha algo a perder, havia gente que tinha muito mais a ganhar. E se tem algo que um político não perde jamais é uma boa oportunidade de barganha.
Na negociação com Ricardo Barros e Cida Borghetti, que viam no Palácio Iguaçu uma necessidade para levar adiante seus planos de dominação do mundo, Richa usou de paciência e se fez de desinteressado. Cozinhou o galo e deixou tudo para a última hora, quando o sujeito do outro lado do balcão aceita qualquer oferta que lhe for feita.
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Ninguém está falando aqui que houve negociação financeira. O que em geral entra nesse tipo de acordo são instrumentos que garantam as futuras eleições de cada lado. Beto Richa, por exemplo, certamente não queria perder o comando de todo o governo: quer manter alguns aliados em postos-chave para disputar o Senado.
Rendição
Questionado sobre como foi o acordo final, um dos aliados mais próximos de Richa diz não saber quais foram “os termos da rendição”. Descobriremos parte deles nos próximos dias, quando Cida anunciar seu secretariado – e os comandos de certos núcleos das secretarias no interior.
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A dúvida maior, porém, é se os dois combinaram de ir juntos na eleição. Ou seja: se Beto de fato rifou Ratinho Jr., assim, na cara dura. Isso poderia levar a uma completa mudança no quadro eleitoral. Até porque, segundo consta, Ricardo Barros estaria abocanhando quase todos os partidos que poderiam ir para o lado de Ratinho, até o PSC.
E, embora não se esteja falando de dinheiro, não custa lembrar que Barros é tesoureiro nacional do Progressistas. E que os candidatos de sua chapa (Richa, inclusive?) terão acesso a dinheiro público numa campanha em que verba será um problemão e tanto…
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