Anda difícil ler os atos de Beto Richa. Na disputa entre Ratinho e Cida Borghetti (leia-se, Ricardo Barros), num momento ele aponta para um lado, no outro já parece ter mudado de ideia. Parece que não sabe para onde vai (ou sabe muito bem, e está é deixando os outros zonzos).
No fim de semana, Ademar Traiano, um dos homens mais próximos ao governador, foi a uma rádio e deu uma de bocudo. Disse que Beto só sairia do governo antes do tempo caso Ratinho e Cida se acertasse – dando a entender que um devia virar vice do outro, por exemplo. O importante era o grupo caminhar unido.
Era um recado claríssimo para Cida e o marido. Se querem ganhar o mandato-tampão de nove meses, que deixem de ser gulosos e aprendam que é preciso obedecer a Beto, que ainda tem a chave do Palácio. Se não seguirem seu receituário, ele mata a candidatura desde já. Basta não entregar o governo a ela.
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Barros, claro, ficou furioso. Mas uns dias depois, Beto avisa que não se preocupem. Na entrevista, Traiano falou por conta própria. E mandou um recado duro, dessa vez para seu grupo: ninguém está autorizado a falar no nome dele. Barros teria se tranquilizado.
Mas… De onde Traiano teria tirado essa ideia. De bobo, o presidente da Assembleia só tem a carinha. Se fez o que fez, deveria ter um propósito. Teria Richa sido maquiavélico a ponto de mandar o outro falar só para ele poder desdizer?
A impressão é de que Beto está jogando uma longa partida de “sério” com Barros. Quer cozinhar o outro em fogo lento, adiando a renúncia e dando a entender que pode ficar o quanto quiser. Até que o ministro pisque e aceite qualquer condição que Beto impuser.
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