O governo Beto Richa e as universidades estaduais parecem finalmente terem começado a achar um caminho para solucionar a crise em que se meteram. E, como toda solução, começou com uma conversa. Na noite desta terça, Richa e os reitores se reuniram para falar sobre o problema.
Três das maiores universidades estaduais do Paraná se recusam a entrar no sistema de recursos humanos do governo. A ordem para isso ocorresse partiu do Tribunal de Contas. As universidades dizem que isso vai lhes tirar autonomia, já que o governo poderá interferir em decisões acadêmicas ao liberar ou não professores para pós-graduação, por exemplo.
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Na última semana, os dois lados falaram grosso. O governo bloqueou R$ 11 milhões que iriam para a UEL, a UEM e a Unioeste. A UEM chegou em falar em fechar as portas por isso. O reitor da UEL deu entrevistas dizendo que o interesse do governo era político, que queria deixar as universidades “de pires na mão”.
Conversa com universidades
Nesta terça, antes da reunião com os reitores, Beto Richa falou em um evento com prefeitos e disse que o reitor da UEM “teve muita coragem para mentir tanto para a população”. Provavelmente estava falando do reitor da UEL. “Olha que eu nem quis assistir o que ele falou”, disse. “É muita desonestidade numa só pessoa”, disse Richa.
À noite, Richa disse que “houve avanços” na conversa. De um lado, as universidades admitiriam a possibilidade de repassar informações sobre recursos humanos. De outro lado, o governo se comprometeria a encontrar, junto com os conselhos universitários, um modelo que garantisse a autonomia de gestão mesmo com o repasse desses dados.
A conversa agora deve prosseguir por 90 dias com o secretário de Ensino Superior, João Carlos Gomes. A ideia parece ser seguir modelos adotados em outros estados, como São Paulo e Santa Catarina.
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