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Redução da maioridade penal? Pode contar com ela. Estatuto do Desarmamento? Dê tchau. Qualquer projeto que tenha a ver com direitos humanos ou pacificação? Bote em espera.

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O Congresso que o brasileiro está prestes a eleger, em 7 de outubro, deve ser não apenas o mais conservador desde que o Brasil voltou a ser uma democracia. Será também o mais violento: a bancada da bala, em grande parte graças ao efeito Bolsonaro, crescerá e botará em pauta seus temas mais caros.

Na atual legislatura, cerca de 10% da Câmara dos Deputados pertence à bancada da bala. São 52 deputados, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que faz esse tipo de conta. Boa parte é formada de policiais, mas há também gente de fora das corporações que adere à pauta.

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Agora, a tendência é que esse número aumente – e talvez se multiplique. Em todos os estados, há gente aproveitando a onda do autoritarismo para adotar o discurso da extrema-direita: basicamente, de que é preciso usar de violência para acabar com a violência que anda por aí.

DESEJOS PARA O BRASIL: Democracia aprofundada

Na atual legislatura, a bancada conservadora já quase conseguiu impor derrotas aos direitos humanos, como no caso da redução da maioridade penal. (Por ironia, o comandante do processo que tentava criminalizar a juventude foi Eduardo Cuinha, preso em seguida por crimes bem mais graves.)

O Estatuto do Desarmamento, que não proíbe armas (é uma mentira dizer que o brasileiro não pode ter armas; a lei só tornou o processo mais difícil) é a vítima favorita da Bancada da Bala. Embora, segundo o Mapa da Violência, a curva de homicídios tenha sido contida pela lei, os números não são suficientes para convencer os armamentistas.

Para piorar, os deputados que ainda defendem o processo civilizatório cada vez mais são vistos como fracos ou como defensores de bandidos. Um processo que só termina levando mais gente sem julgamento para cadeias lotadas e tomadas por facções criminosas.

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Tem tudo para dar certo.