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Jair Bolsonaro não será eleito. Não se trata de profecia nem de bola de cristal. Nem se trata de vontade. Os próprios políticos ligados a ele sabem: ele parece ter chegado ao teto cedo demais; e, mesmo que chegue ao segundo turno, dificilmente terá fôlego para derrotar qualquer adversário mais moderado.

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O modelo clássico de análise de eleições já mandaria descartar um tipo como Bolsonaro desde o começo. A regra é que candidatos extremistas se elejam para o Congresso, onde precisam de 1% ou 2% dos votos. Para ganhar uma majoritária, é preciso fazer compromissos (por isso Lula só se elegeu depois da Carta aos Brasileiros).

Claro, há exceções, como o caso de Donald Trump nos Estados Unidos. A regra, porém, é o que aconteceu na França. Marine Le Pen, uma radical filha de um doido, levou o primeiro turno presidencial com sobras. No segundo turno, todo mundo se juntou contra ela e Macron levou sem nem precisar se esforçar muito.

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No caso da eleição brasileira, só dois candidatos tiveram grande exposição até o momento. Lula por vários motivos, mas principalmente por sua prisão. E Bolsonaro porque a imprensa caiu em sua armadilha: a cada declaração infeliz, dava-lhe uma manchete.

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Mas mesmo com um mar de aparições em jornais, revistas, internet, grupos de WhatsApp e o que mais você possa imaginar, Bolsonaro em geral passa muito longe dos índices de Lula. E não consegue passar de um certo patamar: dificilmente chega a um quarto do eleitorado.

Na nova pesquisa divulgada, da XP/Ipespe, fica em primeiro, mas com 22%. Com o detalhe: todo mundo já ouviu falar dele, todo mundo já conhece as, digamos, propostas do candidato, e quem não entrou neste barco dificilmente entrará agora.

Entre os aliados de Bolsonaro, há uma certa torcida para que o adversário no segundo turno seja Ciro ou Haddad. Seriam candidatos que poderiam também, em alguma medida (embora muito diferente), ser tachados de “radicais”. Um moderado seria o prego no caixão do bolsonarismo.

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É uma situação muito diferente, por exemplo, da eleição no Rio de Janeiro, onde as chances do filho de Bolsonaro se elegerem parecem muito maiores. Lá, ele pode ganhar com o segundo voto e ficar com a segunda vaga. Seu pai, se ficar com o segundo lugar, não leva nada.

A pesquisa XP/Ipespe foi feita por telefone. Entrevistadores ouviram 1.000 pessoas de todo o país entre 11 e 13 de junho. O intervalo de confiança é de 95,45% e a margem de erro, de 3,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o código BR-07273/2018 e custou R$ 30 mil.