O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), ao entregar sua defesa nas acusações de racismo e homofobia, tentou se fazer de vítima. Diz que é perseguido pelo “fascismo das minorias”.
É o tipo da declaração mentirosa que traz um perigo embutido. Portanto, não deve passar em branco. Caso não se desminta, é capaz de algumas pessoas começarem a repetir isso como se fosse verdade.
Os fatos são claros: o deputado, diz que sem querer, fez uma declaração racista na tevê, afirmando que “não corria o risco” de seus filhos namorarem uma negra “porque foram muito bem educados”.
Ao se “corrigir”, voltou-se contra os gays. Disse que tinha entendido a pergunta de outra maneira: como reagiria se um filho fosse homossexual (como teria confundido uma coisa com outra, ninguém explicou ou explicará).
A partir daí, fez uma série de declarações claramente homofóbicas. Por isso, responde agora a quatro representações na Câmara dos Deputados.
Não há absolutamente nenhum “fascismo” atuando contra o deputado. Nem pode haver, na verdade, um “fascismo de minoria”. O fascismo, por definição é uma política de Estado.
Fascista é o Estado que não admite que as pessoas sejam diferentes daquilo que, política e moralmente, o governo define como “certo”.
Está mais perto do fascismo, por exemplo, o indivíduo que acredita que a vida alheia é moralmente inferior devido à sua orientação sexual.
Está mais perto da ideologia fascista aquele que dá declarações preconceituosas.
Está muito mais perto do fascismo aquele que não tolera a diferença, que quer o fim daqueles que pretendem a aceitação, a tolerância, a boa convivência entre os que pensam diferente.
Não se nega que haja radicais no movimento gay. Alguns realmente são tão intolerantes quanto o próprio Bolsonaro. É verdade.
Mas jogar a culpa de Bolsonaro num suposto preconceito alheio é abusar da paciência e da inteligência de todos nós.
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