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A quarta-feira foi cheia de decisões importantes no Congresso brasileiro. O senado aprovou, na CCJ, as mudanças no Código Florestal. O TCU ganhou uma nova ministra. E os deputados derrubaram a criação de um novo imposto.

No entanto, de tudo o que aconteceu no Congresso neste dia (e neste ano), talvez o que a História vá lembrar, daqui a 50 anos, será a criação de uma comissão para investigar os crimes cometidos durante a ditadura militar de 1964.

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A Comissão da Verdade é absolutamente necessária. Claro que haverá gente esperneando, e de todos os lados. A direita dirá que é preciso investigar os guerrilheiros de esquerda. A esquerda dirá que é necessário aumentar o tempo de apuração e diminuir o escopo apenas para os anos da ditadura (o projeto, estranhamente, prevê a apuração de abusos também entre 1946 e 1964).

Mas o fato é que se a comissão for bem-sucedida o país dará um passo imenso rumo à democracia. Não é possível que um país durma em paz sabendo que seu Estado foi violado por um regime ditatorial; sabendo que esses violadores torturaram, mataram, esconderam corpos; e sabendo que nada disso nunca será nem mesmo investigado pelas autoridades.

Temos um dever com a nossa História. Com nosso passado. Com os mortos e com os vivos. O dever de restabelecer a verdade no país. A África do Sul fez isso depois do Apartheid. Dezenas de outros países também fizeram. É necessário que o Brasil também faça.

É claro que os atentados, a guerrilha e todos os crimes de gente que lutou contra a ditadura também merecem apuração. Mas que não se use isso como desculpa para deixar de investigar criminosos que derrubaram um governo democrático e implantaram 21 anos de terror no Estado brasileiro.

A ninguém pode interessar ocultar a verdade dos fatos. A não ser para os criminosos. Simples assim.

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