Tudo indica que o Brasil em breve terá oficialmente a terceira maior população carcerária do mundo. Em breve, deve ultrapassar a Rússia e ficar atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Hoje, são mais de 622 mil pessoas encarceradas no Brasil.
Além do alto número de pessoas na prisão, essa taxa só cresce. Entre 2004 e 2014, segundo um estudo recentemente divulgado pelo Ministério da Justiça, a população carcerária subiu 7% ano ano. Isso significa uma população que praticamente dobra a cada dez anos.
Os dados mais recentes do governo federal são referentes a dois anos atrás. Se a proporção de prisões se manteve nesse período, é possível que hoje o país tenha perto de 100 mil encarcerados. A Rússia, no último levantamento, tinha 644 mil presos, mas o número vinha caindo.
Esse talvez seja o dado mais assustador do número brasileiro em relação ao dos demais países com grande população carcerária. Na maioria do mundo, esses números vêm baixando há muito tempo.
Aqui, recentemente aumentou o número de pessoas em liberdade com tornozeleiras. As audiências de custódia também foram um avanço. Mas a aplicação de penas alternativas continua sendo muito baixa no país.
Nesta semana, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, lembrou outro dado assustador sobre as cadeias. Um preso hoje, no Brasil, apesar das péssimas condições dos presídios, custa R$ 2,4 mil por mês. Mais do que um aluno de ensino médio.
Está mais do que na hora de aprendermos a prender menos e a usar métodos que realmente ressocializem as pessoas. Afinal, como diz a frase famosa, a cadeia é um jeito caro de tornar as pessoas piores.
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