A Comissão de Economia da Câmara de Curitiba adiou nesta terça a discussão de um projeto que acaba com a dupla função de motorista de ônibus na cidade. Dois vereadores pediram vistas à proposta. Um é Paulo Rink (PPS). A má notícia para o andamento do projeto é que o outro é Pedro Paulo (PT), líder do prefeito na Câmara. Ou seja: a prefeitura não parece interessada no andamento da proposta.
Os vereadores alegam que o projeto, de autoria de Rogério Campos (PSC), pode ser ilegal por criar custos financeiros e por não ter avaliação de impacto financeiro. Na verdade, além disso, há uma má vontade em relação à ideia, que melhoraria a vida de motoristas e passageiros, mas criaria custos para as empresas do transporte coletivo. E poderia encarecer em R$ 0,05 a tarifa técnica.
Uma lei do mesmo gênero foi aprovada ainda na gestão de Luciano Ducci (PSB), e passou pelo crivo do Jurídico da prefeitura. Na época, não se viu ilegalidade nenhuma na ideia. No entanto, a Urbs e as empresas de ônibus vêm usando uma brecha legal para permitir que os micro-ônibus continuem circulando sem cobrador. E os motoristas, que supostamente deveriam cobrar só parados, põem o carro em movimento para cumprir a tabela. Dirigem olhando para trás.
A depender dos sinais emitidos pela Câmara e pela prefeitura, tudo continuará como antes, à espera de uma bilhetagem eletrônica que substitua todas as passagens. Num futuro, pelo jeito, muito distante.