Lembra que o presidente da Câmara de Curitiba, Paulo Salamuni (PV) anunciou neste ano que estava devolvendo R$ 10 milhões do orçamento do Legislativo? Que cortou cargos e publicidade, e que com isso economizaria nosso dinheiro? Que com a economia inclusive ajudou até mesmo a baixar a tarifa do ônibus?
Pois é. O orçamento da Câmara para o ano que vem não prevê redução dos mesmos R$ 10 milhões. Pelo contrário: a prefeitura está separando R$ 6 milhões a mais para enviar a Salamuni e seus colegas. Em 2014, a Câmara receberá R$ 133 milhões dos cofres municipais. Em 2013 foram previstos R$ 127 milhões.
É claro que a previsão, em si, não quer dizer que a Câmara vá torrar tudo. Mas quer dizer uma das coisas abaixo:
– A Câmara cansou de economizar e vai gastar mais no ano que vem.
– A prefeitura e a Câmara não conversam e decidiram passar tudo pelo teto, sem saber se haverá economia.
– Ou, o mais provável: a Câmara receberá todo o dinheiro só para depois devolver boa parte e dizer que está bancando projetos importantes na cidade.
Caso a terceira opção seja a verdadeira, Salamuni passará a fazer o mesmo jogo que Beto Richa faz com Valdir Rossoni. O Legislativo recebe a mais só para dizer que economiza e, depois, passar po benfeitor público assinando um cheque gigante para aparecer na foto.
A Câmara de Curitiba não baixou a tarifa do ônibus. Apenas cortou o desperdício. Os vereadores não têm o direito de carimbar a verba ao devolvê-la para a prefeitura. Vereador não faz obra e não deveria ter coragem de usar isso depois em campanha eleitoral.