Faleceu nesta segunda-feira, 28, a Câmara Municipal de Curitiba. Embora já estivesse com 324 anos, as causas da morte não foram naturais. O caso ainda será investigado, mas aparentemente a Câmara vinha sendo envenenada lentamente e acabou não resistindo.
O passamento ocorreu às 11h33 desta segunda, quando sem conseguir mais exibir qualquer sinal de atividade a Câmara sucumbiu a um último projeto que lhe foi enviado sem sequer discuti-lo. Em duas horas e meia, cedeu à vontade alheia por mera falta de interesse numa vida independente e ativa.
O projeto era responsável por tirar das mãos do poder público partes da educação e da saúde do município. A falta de interesse pelos assuntos mais relevantes mostra que a vida da Câmara, a essa altura, já era vegetativa.
Há quem acredite que no final de seus dias a Câmara foi atingida em grande parte por uma depressão. A causa seria a transferência dos trabalhos de sua sede, no Centro, onde sempre esteve perto da população, para a Ópera de Arame, transformada em bunker provisório para que se fizesse a vontade da prefeitura.
Ao ver seus eleitores revoltados contra a situação e os vereadores votando em um falso plenário, farsesco e vazio, a Câmara começou seu declínio e nunca mais se recuperou. O projeto da terceirização foi apenas a gota d’água.
Os legistas, ao abrir o corpo, viram que algumas das funções já não funcionavam há muito tempo. Os órgãos de fiscalização da prefeitura estavam absolutamente atrofiados.
Como o declínio foi longo e as funções já não vinham sido cumpridas há algum tempo, parte da população sequer notou o falecimento da Câmara. A prefeitura também não percebeu o fato e continua trabalhando normalmente.
Câmara de Curitiba – 1693-2017.
De falência múltipla de atribuições.
Deixa órfãos 1,8 milhão de cidadãos.
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