O ex-prefeito Rafael Greca (PMN) está tentando reverter a seu favor a história do mendigo que levou a um albergue. Desde o fim de semana, Greca vem sendo repudiado por dizer que vomitou ao tentar pôr um pobre no seu carro, por causa do cheiro.
Agora, a campanha do candidato fez um vídeo para dizer que ele errou da maneira como se expressou – mas que isso não tira o mérito de Greca de ter parado para ajudar um mendigo na rua, o que é apresentado por vários entrevistados como “um ato de amor”.
Ao final, o vídeo aproveita para chamar a campanha de Gustavo Fruet (PDT), que tem usado repetidas vezes o vídeo de Greca com sua fala na tevê, de “hipócrita e oportunista”.
Nos bastidores, é voz corrente que a fala de Greca e seu uso pelos adversários causou um estrago imenso na popularidade do candidato – alguns acham que um estrago irreversível, que pode ter condenado a sua imagem pelo resto da eleição.
A figura de linguagem mais comum nos comentários é de que Greca pode ter “morrido pela boca”. O que seria irônico, já que o principal patrimônio do candidato é justamente sua retórica.
Greca tem uma tendência a ser expansivo. Gosta do personagem semifolclórico que criou para si mesmo. E às vezes se empolga. Poderia, por exemplo, ter contado exatamente a mesma história que contou na PUC sem causar danos à sua candidatura. Fácil.
Era só dizer: o trabalho de assistente social é duro. Quem vive nas ruas muitas vezes enfrenta condições tenebrosas, doenças, falta de higiene. Para quem não está acostumado, até conviver com essas pessoas, independente do tamanho da boa vontade é difícil etc.
Preferiu seu modo folclórico de exposição e agora pode pagar caro por isso. O próprio esforço que a campanha faz – já são dois vídeos sobre o assunto – mostra como internamente deve haver informações sobre o tamanho do abalo causado.
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