Os cartórios querem aumentar em 80% o valor do que cobram hoje de você. Ou seja: querem quase dobrar o valor para dar uma olhadinha na sua assinatura e garantir que foi você mesmo que pôs seu garrancho ali, só para dar um exemplo. Um selinho na fotocópia? Dobre-se o valor. Caso contrário, nada mais funcionará nos cartórios – e como esse é um país altamente cartorial, essa seria uma greve com chances de dar problemas.
A afirmação sobre os custos “represados”, que devem estar deixando o salmão mais mirrado na mesa dos tabeliães, foi feita pelo presidente da Associação dos Notários e Registradores do Paraná (Anoreg-PR), Robert Jonczyk, em reportagem da Gazeta do Povo. Ele diz que por enquanto, só para pagar as contas mais urgentes, um reajuste de 25% dava para começar. Mas mesmo assim “comemorou” os 10% que o TJ disse que irá propor.
Há algo de errado na conta. Se alguém precisa de reajuste de 80% para se bancar, é porque está em um vermelho terrível. Daquele de só conseguir dar vale-coxinha aos funcionários e de estar com a conta de luz prestes a atrasar. Significa que a receita mensal é perto da metade do que deveria ser. No mundo empresarial, seria uma situação parecida com a do grupo de Eike Batista. Ninguém numa situação dessa se contenta com um reajuste de 10%.
De qualquer modo, o presidente do TJ deveria encaminhar o pedido de reajuste de 10% o quanto antes, para que a Assembleia não fique na mesma situação de sempre de ter de discutir e aprovar tudo em cima da hora, em uma semana. Quanto antes, mais a sociedade pode participar, ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores. A tática de fazer aprovar sem discussão não cabe mais em uma sociedade democrática.
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