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Eis a beleza do diálogo e da livre circulação de ideias. Chico Buarque acaba de anunciar que mudou de ideia. Que achou que sua posição em relação a biografias não autorizadas era sensata, mas que ao ler as críticas percebeu que poderia não ser. Não disse com todas as letras que se arrependeu, mas foi quase isso.

“Posso ter me enganado. Eu julgava que eu estava tendo uma posição sensata”, disse o compositor em entrevista para a Folha. Curiosamente, não foi esse o ponto que o jornal destacou, mas sim o fato de ele ter dito que continua achando que uma pessoa poderia ter o direito de não querer ser biografada. Assim como poderia ter o direito de não querer ser fotografada, diz Chico.

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Mas, como eu ia dizendo. Essa é a beleza do fluxo de informação, que é justamente aquilo que estava ameaçado pela posição do Procure Saber. ao debatermos, ao deixar que as pessoas falem, ao fazer com que a “esfera pública” seja um espaço para livre circulação de ideias, as pessoas podem ver mais sobre um assunto, repensar suas posições e, no caso de pessoas sensatas, mudar de ideia. Não há nada de errado com isso, muito pelo contrário.

Chico é um sujeito sério, que já mostrou em outras ocasiões estar pronto a lutar por causas justas. Escorregou feio nessa história de agora. Mas a posição de rever as próprias ideias e de estar disposto a admitir em público que defendeu algo que pode não ser sensato só fará bem à imagem dele a longo prazo. Todo mundo diz algo de que se arrepende. Por sorte, temos liberdade para que os outros nos avisem quando estamos errados.