Uma frase anotada pela repórter Giulia Fontes nesta segunda mostra bem o espírito do governo-tampão de Cida Borghetti. “Não vou dizer o que vamos fazer em maio para ter o que falar no final do mês”, disse a governadora, em cerimônia no Palácio Iguaçu.
A frase mostra que a governadora pretende repetir todos os meses a sessão de autoelogio palaciana. Na primeira edição, contou que em 30 dias visitou 26 municípios (marca digna de uma campanha) e que distribuiu R$ 1 bilhão para os municípios (nada como ter prefeitos a seu lado na eleição).
O que fica mais claro, porém, é que o casal Borghetti-Barros não vê o menor problema em usar os instrumentos todos que estão à disposição do governo para fazer propaganda de seus atos. Nesta semana, por exemplo, promoveu uma entrevista digna do Osservatore Romano.
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A “Escolinha” mensal de Cida parece ser outro instrumento do gênero. Nesta segunda, ela parou o governo para, assim como fazia Requião em seus dias de maior auto-estima, levar todos os secretários e acólitos ao Palácio, falar com a imprensa.
Porque, a essas alturas, faltando dois meses e meio para o começo das convenções, mais importante do que governar é dizer que governou. Mais do que fazer, é preciso mostrar. Afinal, a governadora já deixou claro que pretende transformar os nove meses de agora em mero prelúdio dos próximos quatro anos.
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