Não é muito difícil entender a decisão de Cida Borghetti de evitar até onde for possível o uso da força nas estradas. Candidata, a última coisa que ela pretende é repetir o erro mais grosseiro do antecessor, o 29 de abril.
Os ânimos estão exaltados, os caminhoneiros já mostraram força e parecem dispostos a reunir. Já há gente prometendo derramamento de sangue caso forças policiais tentem desbloquear as rodovias. E não parece mera força de expressão.
Para Cida, mesmo que isso prolongue um pouco mais o movimento (e o evidente desconforto que isso traz à população), é melhor do que ter imagens de pancadaria em rede nacional de tevê faltando dois meses para as convenções.
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O que resta é tentar vencer o movimento pelo cansaço, pela conversa, ou rezar para que o governo federal faça pelo menos uma coisa útil no mandato Temer e consiga resolver a situação sem que seja preciso apelar para a força bruta.
Mas tudo tem limite: vai chegar um momento em que as cidades estarão desabastecidas de tudo, caso a greve se prolongue. E aí é de duvidar que o governo não faça alguma coisa. Porque ainda pior do que a pancadaria seria a população revoltada por um governo inerte.
Ser governo, meus amigos, não é fácil…